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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Castrar pode ser uma boa

Da Revista Saúde! é vital edição de outubro de 2007.

A cirurgia em filhotes de cães e gatos, longe de ser um ato contra a natureza do bicho, como muitos pensam, previne doenças sérias relacionadas à produção hormonal.

Se você tem um pé atrás quando o assunto é castração, não hesite mais. A medida é amplamente defendida pelos especialistas que querem o bem do seu animal (inclusive por nós da Lord Cão!) — e por ótimos motivos. “Nas fêmeas o procedimento reduz consideravelmente o risco de tumores de mama e infecções no útero, que são muito comuns (quanto mais cedo for feita, menores são as chances de doenças nas mamas e, por motivos óbvios, a operação elimina a possibilidade de doenças no útero), enquanto no macho afasta problemas na próstata”, garante a veterinária Valéria Correa, da clínica Pet Center Marginal, em São Paulo.

Você só deve prestar atenção no período mais indicado para a esterilização. O ideal seria que tanto cães quanto gatos de ambos os sexos se submetessem a ela antes do primeiro cio, que ocorre entre o quarto e o sexto mês de vida, quando os hormônios entram em ebulição. Depois disso, sobretudo no caso de cadelas e gatas, a cirurgia já não funciona tão bem para evitar as doenças. (Quanto mais cedo a cirurgia for feita, menores são as chances do animal - principalmente o macho - desenvolver problemas de comportamento como dominância com o dono, agressividade com outros cães e marcação de território dentro de casa).

Você receia a operação? Fique tranqüilo. A castração não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, embora represente um pequeno risco, como qualquer cirurgia. “Ela é feita com anestesia geral e dura cerca de uma hora e meia”, conta a veterinária Tânia Parra, professora de reprodução da Universidade Metodista de São Paulo. “Por meio de uma pequena incisão removemos os testículos ou os ovários (as trompas) e o útero”, explica. O bicho não precisa ficar internado e a recuperação é rápida. O único cuidado pós-cirúrgico é usar uma proteção local contra uma eventual agressão bem ali. Depois de sete dias os pontos já podem ser retirados.

O pré-operatório também é simples — consiste em exames clínicos e laboratoriais, como hemograma, além de testes de função renal e hepática. Se achar necessário o veterinário pedirá ainda uma avaliação cardíaca. Tudo para aumentar ainda mais a segurança do procedimento.

Além das vantagens para a saúde, a esterilização muda — para melhor — o comportamento do bicho. Para começar, fica menos saidinho, o que poupa o dono do constrangimento de vê-lo se esfregando no pé do sofá ou na perna da visita. De quebra, a agressividade diminui e, no caso dos machos, ele deixa de urinar em todos os cantos da casa para delimitar seu território. (A castração nem sempre surte efeito nos comportamentos indesejados, principalmente se a cirurgia é feita tardiamente, pois outros componentes podem estar envolvidos, como o temperamento dominante do cachorro e a falta de limites dentro de casa. Além do mais, o efeito não é imediato, pode demorar alguns meses para o cachorro perder o mau hábito. A castração *não* deve ser vista como uma solução milagrosa para todos os problemas, e sim como uma ferramenta *muito* importante para ajudar o dono a resolver os problemas comportamentais do cachorro). Ainda restam algumas dúvidas? O quadro abaixo esclarece uma por uma.

A POLÊMICA DOS ANTICONCEPCIONAIS

Há diversos contraceptivos orais para cães e gatos. Esses remédios têm sido usados a torto e a direito para melhorar o comportamento dos bichos, mais do que para prevenir as gestações indesejadas. “Poucos sabem que os anticoncepcionais aumentam o risco de câncer e de infecções”, lamenta a veterinária Ana Carolina Lagoa, do Hospital Veterinário Rebouças, em São Paulo. Portanto, jamais os utilize para fins, digamos, educativos. E, mesmo para impedir a gravidez, eles são uma alternativa menos saudável do que a castração.

MITOS E VERDADES

O que se diz por aí nem sempre é correto:

• O ANIMAL SEMPRE ENGORDA
Bem, na verdade ele tende a ficar um pouco mais sedentário, mas uma alimentação light e estímulos para prática de exercício físico previnem os quilos a mais. (Segundo as pesquisas, apenas 10% dos animais castrados engorda e, se for o caso do seu animal, nem sempre é necessário usar ração light, muitas vezes basta diminuir 10% na quantidade de ração oferecida a ele).

• CAUSA INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Isso é muito raro. Só costuma ocorrer quando a castração é realizada antes dos 4 meses de idade.

• O BICHO FICA FRUSTRADO
Castrado ele não sente a menor necessidade de se acasalar. E aí mesmo é que não se frustra só porque o dono deixou de lhe arrumar um parceiro sexual. (Outro grande mito é que a castração é "anti-natural". Anti-natural na verdade é permitir que o cachorro cruze, porque na natureza apenas o macho e a fêmea alfa - os líderes da matilha - procriam. Ou seja, quando você cruza o seu cachorro, está dando a ele um poder que deveria ser somente seu! E se o cachorro tinha problemas de dominância e agressividade antes, depois de cruzar ele vai ficar ainda pior!).

• A PELE PODE APRESENTAR PROBLEMAS
Vamos ser francos: alguns estudos sugerem a relação entre castração e problemas de pele, mas isso ainda não está bem claro.

• ADEUS, GRAVIDEZ PSICOLÓGICA
Sim, a cirurgia evita que a cadela ou a gata produza leite e se comporte como se estivesse esperando filhotes.

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