A matéria é da Folha Online. Vejam a reportagem inicial aqui.
Bob faz festa quando Alice, 8, chega da escola. Arrasta a pata pela casa, atrás da menina. Mesmo imobilizado, quer brincar. O entusiasmo é contido pela mãe dela, a engenheira florestal Valquíria Gonçalves, 38. Ordens médicas. A fratura na bacia e o osso da pata quebrado foram causados por chutes dados pelo antigo dono. Depois de ter dois pinos implantados na tíbia, e ficar cinco dias internado após a cirurgia, o filhote SRD (disseram antes que era um poodle) de quatro meses é o centro das atenções da nova família.
Alice quis o cachorro assim que assistiu ao seu drama na TV. Ela e a mãe ligaram imediatamente para a superintendência do Ibama-DF, mas não obtiveram resposta. Tentaram no dia seguinte, e nada. No terceiro dia, Valquíria foi até lá. "Era final de semana. Ninguém sabia me explicar o que fazer para adotá-lo", relata. (Que situação triste: alguém quer adotar, entra em contato com o Ibama e ninguém responde! E depois ninguém sabe o procedimento para adoção! A situação dos animais já é crítica o suficiente sem mais esses empecilhos!)
A história do cão comoveu o Brasil. Na quinta-feira 5, o Ibama recebeu uma denúncia de maus-tratos. No local, os técnicos encontraram uma vizinhança revoltada. "Quando chegamos, o dono do cão, Patrick De Meauntroux, tinha fugido levando animal com medo das ameaças ", conta Anderson do Valle, o analista ambiental que apurou a denúncia.
Foram os vizinhos que relataram os detalhes da agressão. No dia seguinte, os técnicos do Ibama voltaram ao local. Foram atendidos pela namorada de Patrick, a estudante de veterinária Maíra Pallazo de Almeida, 19. Ela disse não saber onde estava o rapaz ou o cachorro. "Ameaçamos autuá-la como co-autora do crime. Foi então que ela ligou para o namorado", diz Anderson. À tarde, Maíra levou Bob à clínica onde ele foi operado.
O veterinário Paulo Henrique Cândido de Carvalho recebeu o cão, que já fora atendido na clínica outras vezes sem sinais de maus-tratos. Segundo o veterinário, Patrick, 18, tentou visitar o animal, pouco depois da cirurgia, mas foi impedido. "Já atendemos outros animais vítimas de abuso. Nunca tinha visto nada nesse nível." Para o Ibama, os exames confirmam o crime relatado pelos vizinhos.
No mesmo dia, Patrick, estudante do ensino médio, apresentou-se ao Ibama. Foi autuado por maus-tratos com base no artigo 32 da lei de crimes ambientais, recebeu a multa máxima de R$ 2.000 e teve o cachorro apreendido.
A lei da posse responsável prevê multa, mais pena de três meses a um ano de detenção. Sua aplicação, porém, é branda, afirma a advogada especializada em direito animal Mônica Grimaldi. "A violência contra bichos é considerada crime menor, geralmente punido com cestas básicas ou serviços comunitários." (Outra situação muito triste!!!)
Patrick garante que tudo foi um mal-entendido. Diz que chutou o cachorro para impedir que comesse veneno de rato. "Estava na rua com o Bob e percebi que ele tinha alguma coisa na boca. Imaginei o pior. Gritei. E ele correu. Quando o alcancei, estava desesperado", justifica. A namorada confirma a versão. "Ele usou força excessiva mas não teve intenção de machucá-lo", diz Maíra (e ela quer ser veterinária, gente, veterinária e defendendo o cara assim!!!). Segundo ela, o namorado não fugiu, foi pedir dinheiro ao pai para custear o tratamento.
Segundo o Ibama, as lesões que Bob apresenta não são compatíveis com às de um acidente. Cerca de dez testemunhas se dispuseram a depor contra o estudante. O processo já foi encaminhado ao Ministério Público, que analisa ainda a possibilidade de apreender outro cão que estava no apartamento de Patrick no dia da confusão. "O animal não apresentava sinais de violência. Mas vamos enviar uma advertência à namorada, que se apresentou como dona", disse Paulo.
Maíra afirmou que ambos os animais, o schnauzer Iuri, 2, e Bob, são dela . E que não recebeu documentação referente à apreensão do segundo. "A clínica me ligou avisando que o Ibama ia levar o Bob", diz ela, que vai tentar reaver o cão na Justiça. (Pra quê??? Por que não deixar ele ser feliz e bem cuidado numa família que realmente goste dele???)
Com tanta repercussão, Bob foi bastante disputado. O Ibama recebeu 30 propostas de adoção. "Analisamos o perfil dos interessados e encontramos uma família que havia acabado de perder um cãozinho muito parecido com o Bob e tinha um histórico que nos transmitiu confiança", explica Anderson.
Alice está nas nuvens com o novo pet. Ainda se recuperava do trauma de ter perdido a cadela Pandora, morta há três meses por uma neuropatia, quando viu Bob. Agora, a família Gonçalves é fiel depositária do cão. A tutela ainda pertence ao Ministério Público. Valquíria teme que o cão seja retirado da filha e entregue ao ex-proprietário: "Seria muita decepção. Bob está mais que adaptado".
O novíssimo integrante da família mal chegou e já domina o espaço. Recebe atenção o tempo todo. Virou estrela no edifício onde mora. Todos querem ver, afagar, brincar. "Eu estou cuidando dele com amor e carinho", garante Alice. Sorte de Bob.
COMO DENUNCIAR MAUS-TRATOS A ANIMAIS
Qualquer conduta que submeta o animal a sofrimento constitui crime ambiental previsto no artigo 32 da Lei nº 9.605/98. As denúncias podem ser feitas das seguintes formas:
Ibama-Linha Verde
Tel. 0800-618080
Ou por e-mail: linhaverde@ibama.gov.br
•▄▀• POSTAGENS MAIS RECENTES
terça-feira, 17 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
•▄▀• OUTRAS POSTAGENS NOS LINKS ABAIXO
-
▼
2008
(118)
-
▼
junho
(10)
- O São João dos Cachorros foi um sucesso!
- Castrar pode ser uma boa
- Cachorro não precisa de agasalho
- Caso de Sucesso: Lord Cão e BitCão
- Dê mais liberdade ao seu cachorro
- Próteses ajudam bichos amputados
- Cão agredido em Brasília é adotado
- Multa de R$ 2 mil por agredir o cachorro
- Bem Legaus! - um blog pra lá de divertido!
- George Fox - husky siberiano
-
▼
junho
(10)
SÓ PARA CONSTAR ESSE CAOZINHO,O BOB TENHO QUASE CERTEZA QUE NAO É SRD NAO,PARECE MAIS COM UM BOUVIER DES FLANDRES POIS TENHO 5 CAES DESSA RAÇA ETEM O MESMO PORTE DELE.
ResponderExcluir