Lord Cão News Edição #35 - Novembro/08
Escrito Por: Sandra Régia
Ensinar o cachorro a fazer xixi e cocô no lugar certo é uma das preocupações mais freqüentes dos donos de cães. Entretanto, o que muita gente não sabe é que existem diversos motivos para o cão não fazer as necessidades no local adequado. E, mais importante ainda, a maneira correta de treinar o peludo depende do quê está causando o problema.
Antes de mais nada é preciso entender que, para ter sucesso no treinamento de cães, é essencial saber como funciona a mente deles. O aprendizado dos cães é baseado em associações, feitas por meio de tentativas, erros e acertos. Uma associação que gera um resultado positivo e prazeroso para o cachorro fica fixada de forma intensa na memória, e tende a ser repetida até se tornar um hábito. Por exemplo, se ele ganhar um petisco todas as vezes que fizer xixi no lugar certo, vai tentar acertar cada vez mais. De forma contrária, uma associação que gera um resultado negativo para o cachorro tende a ser abandonada e esquecida. É por isso que o treinamento com recompensa (petisco, "muito bem", brinquedo ou carinho) é muito mais produtivo do que o treinamento com punição.
É importante frisar que a associação só acontece como desejado se a causa e o efeito distarem entre si de no máximo poucos segundos. Ou seja, só adianta recompensar ou reclamar com o cão durante ou logo imediatamente após o ato. Se passar mais tempo, o cachorro fará a associação (positiva ou negativa) com o próximo evento qualquer que vier a seguir. Em outras palavras, não adianta nada, absolutamente nada o dono brigar com o cachorro quando chega em casa e encontra um xixi no lugar errado. O cachorro vai associar a bronca com a chegada do dono e não com o xixi no tapete.
Nesse ponto do texto algumas pessoas podem estar pensando: "O meu cachorro sabe quando agiu errado, pois ele faz cara de culpa". Ou então: "O meu cachorro faz isso de propósito, para se vingar de mim". Nenhuma dessas afirmações é verdade. Em primeiro lugar porque os cães não têm noção de certo e errado, eles fazem o que fazem baseados em seus instintos. E em segundo lugar porque as emoções dos cães são muito mais básicas do que as nossas. Sendo assim, é correto afirmar que os cães sentem medo, dor (física ou emocional), lealdade e respeito, por exemplo. Mas não é certo dizer que eles demonstram sentimentos complexos (e na maioria das vezes negativos), como ciúme, culpa e vingança, tão típicos dos humanos.
O que é interpretado como culpa, na verdade é submissão, o cão simplesmente reage àquela postura do dono. O cachorro percebe quando o dono está com raiva e sabe que isso significa uma baita bronca, então tenta (inutilmente, tadinho) aplacar a ira do dono com uma postura submissa. Os cães são incrivelmente inteligentes, da maneira deles (é complicado comparar inteligências entre espécies diferentes). Eles aprendem a "ler" os humanos muito melhor do que nós mesmos sabemos, porque eles são bastante observadores. Diversos pequenos sinais que fazemos automaticamente, como franzir a testa e cerrar os punhos quando estamos com raiva, são um letreiro em neon para os cães. Eles aprendem em pouco tempo a associar os nossos gestos, posturas corporais e expressões faciais com as atitudes que tomamos em seguida, e simplesmente reagem de acordo.
De forma similar, a tão erroneamente famosa vingança é na realidade estresse ou dominância. As pessoas tendem a interpretar as reações dos bichos com base nos comportamentos dos humanos, e isso ocasiona uma abordagem completamente equivocada para o problema, causando frustração e desgastando o relacionamento entre o dono e o animal. Aquele xixi fora do lugar pode indicar que o peludo tem Ansiedade de Separação ou até que ele se acha o dono do pedaço. Sendo assim, vamos subdividir o assunto "xixi e cocô" em etapas e trabalhar cada uma delas individualmente, logo a seguir.
• XIXI DE FILHOTE
Um filhote de cachorro, assim como um bebê humano, não consegue segurar o xixi na bexiga e nem o cocô no intestino. Quando necessário, o organismo simplesmente libera o que tem de ser liberado, na hora que for. Para alívio dos donos, um filhote aprende muito mais rápido do que um bebê. Quando o filhote tem em média 6 meses de idade, ele normalmente já tem controle sobre as funções da bexiga e do intestino, ou seja, ele já percebe quando está "apertado" e precisando ir ao banheiro. Antes disso, alternadamente acertar e errar o local do xixi e do cocô é comum e faz parte do processo natural de aprendizagem para um filhote.
A maneira mais rápida de fazer com que um filhote guarde direitinho na memória onde é o local correto para fazer as necessidades é estar com ele o tempo todo. Essa é a regra mais importante quando se tem um filhote em casa: vigilância constante. Assim é possível evitar objetos roídos e xixis nos locais errados. Ninguém deixa uma criança pequena sozinha sem supervisão, deixa? Da mesma forma, um filhote nunca deveria ficar sozinho em locais onde ele possa se machucar e/ou estragar alguma coisa.
Quando o pequeno não puder ser vigiado por qualquer intervalo de tempo que seja, ele deverá ser colocado numa área segura (à prova de filhotes), ventilada, cercada e com boa parte do piso forrada com o mesmo material que o filhote deverá aprender a usar como banheiro (jornal, tapete higiênico, areia sanitária, etc.). Nessa área, o peludo deve ter sombra, proteção contra o vento, água limpa, uma caminha, muitos brinquedos e algumas coisas para roer. À medida em que ele for crescendo, o espaço reservado para o banheiro deverá ser reduzido aos poucos até um limite adequado ao porte do cão (é melhor sobrar do que faltar). O peludo nunca deve levar bronca nem ficar de castigo nessa área.
Se o dono (ou alguém da casa) se mantiver sempre atento a tudo o que o filhote estiver fazendo, ele vai poder levar o pequeno ao lugar adequado logo quando começar a "dança" típica do xixi e cocô. A não ser quando estão realmente muito "apertados", os cães sempre são umas voltinhas e umas cheiradinhas no chão antes de fazer as necessidades. Prestando atenção a esses sinais, o dono poderá levar o filhote a tempo para o local correto, lembrando de recompensá-lo pelo acerto com um petisco e um cafuné.
Além da "dança", outra dica é que os cães possuem um relógio biológico muito preciso e, sendo animais de rotina, preferem fazer tudo sempre nos mesmos horários. Os filhotes têm a bexiga pequenininha e, portanto, a quantidade de xixi que cabe lá dentro é mínima, por isso eles precisam se aliviar mais vezes do que os adultos. Mas, como regra geral, os cães fazem as necessidades num prazo de até 90 minutos depois de acordar, depois de comer e depois de se exercitar/brincar. Esses são os horários mais críticos, nos quais a vigilância deve ser rigorosa.
Vale lembrar mais uma vez que o importante é focar nos acertos e não nos erros. Se (e somente se) o dono pegar o filhote no flagra fazendo no lugar errado, ele pode falar "não, aí não", pegar o pequeno no colo e levá-lo para o local correto. Nesse local, o peludo deve então ser estimulado a continuar de onde parou, por meio de um tom de voz suave. Caso saia nem que seja um tiquinho de xixi ou de cocô, o filhote deve ser recompensado com muita festa.
• XIXI DE ESTRESSE
O mesmo problema do xixi de filhote pode acontecer também em cães mais velhos que já tinham até aprendido a fazer as necessidades no local correto, mas que de uma hora para outra estão passando por um estresse muito grande em suas vidas. Exemplos típicos são: mudança de casa, chegada de um outro animal, chegada de um bebê, ausência prolongada de um dos donos, etc.
Dependendo do cão, até a mais suave mudança na rotina pode ser suficiente para desencadear um retrocesso no aprendizado. A forma de se lidar com isso é retomando o treinamento básico e voltando a supervisionar o cachorro como se ele fosse um filhote. Eliminar ou pelo menos reduzir ao máximo a causa do estresse também ajuda. Se o dono investir no treinamento, normalmente o peludo não demora muito para retornar aos seus hábitos normais.
• XIXI DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
Esse é um outro tipo de xixi também causado por estresse. A diferença fundamental é que, nesse caso, o estresse não é uma situação isolada, e sim um fato constante na vida do pobre cachorro. Um peludo que acompanha o dono por todos os cantos da casa, como uma sombra, e que vive querendo colo o tempo todo, sofre muito quando precisa ficar sozinho. Ao contrário do que muita gente pensa, viver grudado nos donos não é nada saudável para o bicho, que pode terminar desenvolvendo Ansiedade de Separação.
Os cachorros que apresentam esse problema sofrem horrores sempre que os donos precisam se ausentar, seja por um dia inteiro ou por apenas alguns minutos (por não terem noção de tempo, eles não percebem a diferença). Os sintomas variam desde pequenos choramingos a verdadeiros escândalos sonoros, por vezes acompanhados de destruição da casa ou de si mesmos (lamber-se sem parar até causar feridas) e de muitos xixis nos lugares errados.
Um peludo com Ansiedade de Separação tem certeza absoluta de que o apocalipse está próximo e que se ele não fizer alguma coisa, e logo, o dono nunca mais vai conseguir resgatá-lo naquele labirinto de cômodos sem fim. Com esse intuito em mente, o coitado procura os lugares que sabe que o dono costuma freqüentar bastante, como o quarto ou a sala, torcendo para encontrar lá um xixi-recado do dono dizendo "volto já". Como não encontra nada, o peludo resolve deixar o seu próprio xixi-recado dizendo "não esqueça de mim". Então ele segue fazendo xixi no maior número de lugares possível, na esperança de que o dono consiga encontrá-lo assim que voltar.
A maneira de abordar esse problema é ensinando ao cachorro que às vezes ele vai precisar ficar sozinho, e que o mundo não vai se acabar por causa disso. O dono deve começar deixando o peludo sozinho por alguns poucos minutos e ir aumentando gradativamente até chegar em horas, mas sempre disponibilizando muitos brinquedos e ossos para entreter o cachorro. Jogos do tipo "esconder o petisco" são excelentes e o dono pode também guardar alguns brinquedos especiais para entregar somente nessas ocasiões. O treinamento deve ter início com o dono ainda em casa, mas em hipótese alguma o cachorro deve receber atenção se começar a fazer escândalo.
• XIXI DE SUBMISSÃO
Esse tipo de problema é comum em cães jovens e/ou inseguros, e se apresenta como aquele xixi que o cachorro faz quando vê alguém de quem gosta e respeita muito. Às vezes a demonstração é de forma eufórica, com excesso de entusiasmo. Às vezes é bastante comedida, com excesso de formalidade. De um jeito ou de outro, esse tipo de xixi é um gesto de submissão muito cordial no mundo dos cães, uma comprovação dos bons modos ensinados na escola de etiqueta canina. Em outras palavras, é um sinal de que o cachorro aceita a liderança da pessoa em questão.
Normalmente esse tipo de comportamento vai diminuindo aos poucos até acabar por completo, à medida que o peludo vai crescendo e sentindo mais confiança em si mesmo e no novo ambiente. A melhor maneira de lidar com isso é simplesmente ignorando o fato, sem brigar e também sem tentar confortar o cachorro dizendo coisas do tipo "está tudo bem".
Os cães muito inseguros às vezes sentem medo quando alguém se aproxima deles, e o medo é uma das causas do xixi de submissão. Para evitar isso, o ideal é deixar o peludo no cantinho dele sossegado e esperar que ele próprio tome a iniciativa de se aproximar. Quando isso acontecer, a pessoa não deve fazer movimentos bruscos, deve se abaixar para ficar menos intimidadora, não deve olhar a cachorro diretamente nos olhos e deve procurar falar com ele num tom de voz calmo.
Assim que o peludo tiver tomado as vacinas e estiver liberado pelo veterinário para sair na rua, é fundamental começar a passear com ele, inicialmente em locais bem calmos, para que ele possa conhecer novos lugares, pessoas de todos os tipos, outros animais, sons, cheiros e superfícies os mais variados possíveis. Isso é um excelente exercício para aumentar a autoconfiança, além de ser extremamente necessário para a saúde física e mental de todo e qualquer cachorro.
• XIXI DE MARCAÇÃO DE TERRITÓRIO
Quando um cachorro entra na adolescência, por volta dos 8 meses de idade, ele pode começar a desafiar os donos e a infringir as regras, exatamente como fazem alguns adolescentes humanos. E não há forma melhor de se rebelar do que desrespeitar a hierarquia vigente, correto? Para um cão isso significa, dentre outras coisas, marcar território dentro de casa, ou seja, fazer xixi e cocô em cantos estratégicos e bem visíveis. Funciona como aquela pichação do tipo "eu estive aqui".
A adolescência é marcada pelo afloramento dos hormônios e também coincide com a época em que o peludo começa a fazer xixi com a pata levantada. Os cães que marcam território têm a habilidade de guardar uma parcela do xixi no "tanque" reserva. O xixi de necessidade fisiológica é diferente do xixi de marcação de território. O de necessidade fisiológica é liberado de uma vez só, com intervalos grandes entre um e outro. O de marcação de território é liberado muitas vezes, com intervalos curtos entre um e outro, objetivando abranger o maior número de lugares possível. A marcação de território é mais comum nos machos, mas as fêmeas também podem apresentar esse comportamento, algumas até de pata levantada, igualzinho aos machos.
Para resolver esse problema, é preciso antes de tudo que o dono mostre quem é que manda na casa (claro que não é o cachorro!). O peludo precisa entender que só quem tem direito de marcar território dentro de casa é o dono, pois é o território dele. Isso é obtido através de um conjunto de fatores, dentre eles treinar comandos de obediência (senta, deita, fica, junto, etc.), para que o cão possa obedecer sempre antes de ganhar qualquer coisa (comida, carinho, passeio, etc.).
Outro ponto importante é que tudo, absolutamente tudo o que diz respeito aos humanos precisa obedecer às três regrinhas básicas da hierarquia: "Eu ganho primeiro", "Eu vou na frente" e "Eu fico mais alto". Em outras palavras, significa que sempre os humanos comem primeiro, andam na frente, sentam e deitam em posições mais altas. Dividir esses privilégios com o cachorro significa dividir o poder da liderança também, incluindo todas as conseqüências decorrentes disso.
Uma alternativa que pode ajudar bastante no problema da marcação de território é a castração. Ao contrário do que muitos pensam, essa cirurgia traz inúmeros benefícios para a saúde e para o comportamento do cachorro, tanto para o macho quanto para a fêmea. Os animais castrados têm menos chances de desenvolver certos tipos de câncer, costumam ser menos agressivos, brigam menos com outros cães e vivem mais.
• XIXI DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Da mesma forma que acontece com nós humanos, alguns cães quando chegam na terceira idade passam a sofrer de incontinência urinária. Nesse caso não há muito o que fazer, pois não é culpa do cachorro nem é um problema para o qual ele possa ser treinado. É preciso ter muita paciência com o peludo e é necessário aceitar que a incontinência pode fazer parte do processo natural de envelhecimento do companheiro canino. O recomendável é tornar a vida do cão a mais agradável possível, sempre disponibilizando uma superfície absorvente para ele dormir em cima.
Outra causa para a incontinência, apesar de rara, pode acontecer em certas fêmeas castradas, caso haja alguma aderência na parede da bexiga. À critério do veterinário, essas fêmeas podem ser medicadas com hormônios para amenizar o problema, mas em geral a maneira de lidar com o assunto é a mesma que no caso da incontinência por idade.
• XIXI POR OUTROS MOTIVOS
Quando o cachorro começa a fazer xixi ou cocô no lugar errado de uma hora para outra (o fator "de uma hora para outra" é muito importante para avaliar corretamente a situação), e o problema não se enquadra em nenhuma das opções acima, pode ser então um sinal de que alguma coisa está errada. Um cachorro que pára de fazer as necessidades também merece atenção. Um dos primeiros sintomas de problemas de saúde é uma mudança brusca no comportamento rotineiro. Nesses casos é importante levar o peludo o quanto antes ao veterinário, para que sejam feitos os exames necessários.
Alguns outros motivos podem vir a dificultar muito o treinamento de xixi e cocô. Quando o filhote é retirado muito cedo da companhia da mãe e dos irmãos, por exemplo. Para aprender as regras caninas, incluindo as noções básicas de higiene, um filhote precisa permanecer na ninhada até completar pelo menos 7 ou 8 semanas de vida, ou seja, 50 a 60 dias. Outro exemplo é quando a própria cadela não aprendeu as regras e, portanto, não sabe passá-las para os filhotes. Por isso é tão importante ver as condições de higiene nas quais os filhotes nasceram e foram criados. Além desses aspectos, vale mencionar também que certas raças simplesmente demoram mais do que outras para aprender onde fica o banheiro.
_____________________
Independe do que estiver causando o xixi ou cocô no lugar errado, é importante limpar esses locais muito bem, para minimizar as chances de reincidência causada por cheirinhos antigos. Os produtos normalmente encontrados em pet shops são suficientes até o limite do nosso olfato, mas estão longe de eliminar os odores para o apuradíssimo olfato dos cachorros. Uma analogia interessante é se uma pessoa suada resolvesse colocar perfume por cima, sem antes tomar um bom banho. Seria possível sentir o cheiro do suor misturado ao cheiro do perfume, não é mesmo? Raciocínio idêntico pode ser aplicado quando desinfetantes, água sanitária, vinagre ou similares são usados para limpar os locais errados onde o peludo fez as necessidades. Todos esses produtos apenas encobrem os odores, sem no entanto removê-los. Por causa disso, o cachorro volta a fazer xixi e cocô nesses mesmos lugares, guiado pelos cheiros dos xixis e cocôs antigos que continuam lá.
Para eliminar completamente os cheirinhos de urina e fezes dos lugares impróprios, a solução é usar removedores de odores à base de bactérias inofensivas (exemplo: Enzilimp) ou de enzimas (exemplo: Premium da Mundo Animal). Esses produtos funcionam porque destroem as moléculas que causam os odores, eliminando-os por completo. Os locais se tornam novamente neutros, ou seja, sem cheiros que atraiam o peludo a voltar lá. Para aumentar ainda mais a eficácia do processo, o ideal é aplicar em seguida um repelente do tipo líquido (exemplo: Repell Pet) ou do tipo granulado se for numa área externa com plantas (exemplo: No Dog & No Cat da Minato). O repelente fará os locais neutros serem desagradáveis para o cachorro. Todas as marcas citadas podem ser encontradas à venda no site da BitCão, a loja virtual da Lord Cão - Treinamento de Cães.
Escrito por:
Sandra Régia - 2008
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda.
sandra@lordcao.com.br
Fones: (81) 3341-1472 ou (81) 9994-5631
www.lordcao.com.br
Copyright 2008 - Sandra Régia - Todos os direitos reservados.
(Este artigo está registrado na Biblioteca Nacional e tem seus direitos autorais protegidos por lei. É permitida a sua reprodução desde que sejam colocados os créditos de autoria e um link para www.lordcao.com.br).
UPDADE: Uma pequena parte do artigo foi publicada na Revista Vida & Arte número 45 de outubro de 2008. Cliquem nas imagens para ampliar.
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terça-feira, 18 de novembro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Cães e crianças - Lord Cão no Bom Dia Brasil
Eu fui entrevistada pela TV Globo para uma reportagem sobre cães e crianças que foi ao ar no Bom Dia Brasil, edição de 10/10/2008 e no NETV 1ª e 2ª edições, também de 10/10/2008.
Bichinhos de estimação estão entre os presentes preferidos da criançada. Eles preferem o videogame; elas, a boneca estilosa. É o Dia das Crianças que está chegando. Mas, para muitos pequenos, presente bom mesmo, só se for de estimação.
Gabriel já escolheu o presente do Dia das Crianças. “Meu gordinho, fofinho”, diz ele.
Ganhar um cachorrinho também é o sonho de Luise. Ela quer o filhote mais do que qualquer brinquedo. “Ele é bonito e bem brincalhão”, explica a menina.
Os insistentes pedidos da meninada funcionam nesta época. “Os pais vêm para cá, as crianças começam a pedir e eles sensivelmente terão que atender os filhos”, afirma o expositor Alexandre Araújo.
É mesmo difícil resistir a tantas carinhas diferentes e ao jeito sapeca e brincalhão dos filhotes. É cada vez maior o número de crianças e adultos que têm um amigo bicho: são pelo menos 29 milhões de cães e 14 milhões de gatos, de todos os tamanhos, raças e temperamentos, morando nos lares brasileiros.
Segundo o IBGE, 60% das famílias têm um animalzinho de estimação. Na hora de escolher, é bom levar em conta o animal que mais se adapta ao novo dono. Se a criança for muito pequena...
“Para a criança muito pequena, não é indicado pegar um cachorro muito pequeno também, porque o cachorro não tem paciência com a criança e não agüenta as brincadeiras. Para criança pequena, sempre pegar um cachorro de médio porte”, ensina a treinadora de animais Sandra Régia.
A treinadora e especialista em comportamento animal também ensina: “Se vai passar muitas horas sozinho, pega um cachorro que tenha uma energia um pouco menor, um cachorro que não vá demandar tanto tempo do dono e que ele saiba ser uma raça mais independente”.
A psicóloga Fábia Siqueira é totalmente favorável à convivência das crianças com os bichos de estimação. Ela diz que os pequenos têm muito a ganhar: “Dá a possibilidade dessa troca de afeto e é um amor incondicional. A criança trabalha o amor incondicional a esse animal e vice-versa”.
Tainá e Schummy, uma dupla agitada (são meus clientes da Franquia Lord Cão no Recife/PE). O cachorro é a alegria da menina de 10 anos, filha única, que reclamava da falta de uma companhia para brincar. Tainá também passou a ter mais responsabilidade.
“Eu tenho que cuidar dele. Eu brinco com ele, faço um monte de coisa”, conta.
O sucesso de Schummy é tão grande que ele entrou para a família e é disputado pelos donos. “O cachorro é meu”, diz o pai.
“É meu”, contesta a mãe.
“É meu”, garante a menina.
Bichinhos de estimação estão entre os presentes preferidos da criançada. Eles preferem o videogame; elas, a boneca estilosa. É o Dia das Crianças que está chegando. Mas, para muitos pequenos, presente bom mesmo, só se for de estimação.
Gabriel já escolheu o presente do Dia das Crianças. “Meu gordinho, fofinho”, diz ele.
Ganhar um cachorrinho também é o sonho de Luise. Ela quer o filhote mais do que qualquer brinquedo. “Ele é bonito e bem brincalhão”, explica a menina.
Os insistentes pedidos da meninada funcionam nesta época. “Os pais vêm para cá, as crianças começam a pedir e eles sensivelmente terão que atender os filhos”, afirma o expositor Alexandre Araújo.
É mesmo difícil resistir a tantas carinhas diferentes e ao jeito sapeca e brincalhão dos filhotes. É cada vez maior o número de crianças e adultos que têm um amigo bicho: são pelo menos 29 milhões de cães e 14 milhões de gatos, de todos os tamanhos, raças e temperamentos, morando nos lares brasileiros.
Segundo o IBGE, 60% das famílias têm um animalzinho de estimação. Na hora de escolher, é bom levar em conta o animal que mais se adapta ao novo dono. Se a criança for muito pequena...
“Para a criança muito pequena, não é indicado pegar um cachorro muito pequeno também, porque o cachorro não tem paciência com a criança e não agüenta as brincadeiras. Para criança pequena, sempre pegar um cachorro de médio porte”, ensina a treinadora de animais Sandra Régia.
A treinadora e especialista em comportamento animal também ensina: “Se vai passar muitas horas sozinho, pega um cachorro que tenha uma energia um pouco menor, um cachorro que não vá demandar tanto tempo do dono e que ele saiba ser uma raça mais independente”.
A psicóloga Fábia Siqueira é totalmente favorável à convivência das crianças com os bichos de estimação. Ela diz que os pequenos têm muito a ganhar: “Dá a possibilidade dessa troca de afeto e é um amor incondicional. A criança trabalha o amor incondicional a esse animal e vice-versa”.
Tainá e Schummy, uma dupla agitada (são meus clientes da Franquia Lord Cão no Recife/PE). O cachorro é a alegria da menina de 10 anos, filha única, que reclamava da falta de uma companhia para brincar. Tainá também passou a ter mais responsabilidade.
“Eu tenho que cuidar dele. Eu brinco com ele, faço um monte de coisa”, conta.
O sucesso de Schummy é tão grande que ele entrou para a família e é disputado pelos donos. “O cachorro é meu”, diz o pai.
“É meu”, contesta a mãe.
“É meu”, garante a menina.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Seminário Internacional de Freestyle
PAM MARTIN NO BRASIL!
'Seminário Internacional de Truques e Freestyle Canino (Dog Dancing)'
Datas: 29 e 30 de Novembro de 2008
Local: Clube de Cãompo – Itu - SP
VAGAS LIMITADAS - Garanta já a sua!
Inscrições até o dia 17/11/08
Brindes da “Buddy Toys” para os primeiros inscritos!
Realização/Organização: Daniela Ramos e Evelyse Athayde
Apoio:
- Clube de Cãompo – Hotel Fazenda Para Cães (www.clubedecaompo.com.br)
- Buddy Toys – Brinquedos e Acessórios Pet (www.buddytoys.com.br)
Conteúdo:
Pam irá abordar suas teorias e técnicas de treinamento focadas no uso do ”Trick Training” para a construção de uma parceria de trabalho entre você e seu cão, assim como para manter a motivação e o entusiasmo do seu cão em qualquer que seja a performance que estejam fazendo: freestyle, frisbee ou simplesmente uma pequena apresentação para animar amigos e família!
Valores:
* Participantes COM cão: R$ 700,00
R$ 350,00 À VISTA + R$ 350,00 (em até 2 vezes, sendo a última parcela até o dia 17/11/08).
* Participantes SEM cão: R$ 500,00
R$ 250,00 À VISTA + R$ 250,00 (em até 2 vezes, sendo a última parcela até o dia 17/11/08).
ATENÇÃO! Reservas por ordem de pagamento e apenas mediante confirmação de depósito bancário.
OBSERVAÇÕES:
- Certificados.
- Aos participantes COM cão: limitado 1 cão por participante.
- Restrições: Filhotes com menos de 4 meses de idade; Cadelas no cio; Cães com problemas de agressividade;
INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES:
Evelyse Athayde e Daniela Ramos
Contatos: (15) 9789-7727
eve.athayde@hotmail.com
daniela.ramos@psicovet.com.br
Pam Martin é uma das mais renomadas treinadoras de cães do mundo! Reconhecida e admirada pelo seu trabalho e simpatia, Pam desperta o carisma de todos que a conhecem e assistem! É proprietária da escola de adestramento “Top Dog Obedience Training School”, localizada no Texas, Estados Unidos.
Treinadora de diversas modalidades esportivas caninas, sendo inclusive competidora e apresentadora de maravilhosas performances com seus cães em shows, programas de TV (Pet Star”, “Martha Stewart Show”, “The Competition/Animal Planet”) e eventos/seminários em diversos países do mundo, como México, Japão, Canadá e Brasil.
Pam treina cães há mais de 30 anos, tendo começado com adestramento de obediência e expandindo então para outras modalidades: Flyball, Frisbee e Freestyle (Dança com Cão). Todos os seus cães foram treinados por ela, atingindo os níveis mais elevados de todas estas modalidades esportivas caninas!
É capitã e integrante do “Top Dog Racers”, time de grande destaque no Flyball norte americano. Faz parte do comitê executivo da MSDA – Musical Sport Dogs Association. Agora, a convite de Daniela Ramos e Evelyse Athayde, Pam vem ao Brasil compartilhar conosco seu maravilhoso e contagiante trabalho!
Pam Martin website - www.topdogdallas.com
Daniela Ramos é médica veterinária formada pela USP-SP e especialista em Comportamento Animal, com mestrado na Universidade de Lincoln-Inglaterra. Realiza consultas comportamentais, adestramento, palestras e consultoria a empresas do ramo animal (www.psicovet.com.br).
Evelyse Athayde é treinadora profissional de cães. Trabalha com educação canina para filhotes e adultos, pratica e dá aulas de Frisbee, Freestyle e Flyball. Fez especialização nos Estados Unidos, como Trainee de Pam Martin – experiência que lhe proporcionou aprimorar e ampliar seus conhecimentos sobre Obediência, Comportamento e Esportes Caninos.
'Seminário Internacional de Truques e Freestyle Canino (Dog Dancing)'
Datas: 29 e 30 de Novembro de 2008
Local: Clube de Cãompo – Itu - SP
VAGAS LIMITADAS - Garanta já a sua!
Inscrições até o dia 17/11/08
Brindes da “Buddy Toys” para os primeiros inscritos!
Realização/Organização: Daniela Ramos e Evelyse Athayde
Apoio:
- Clube de Cãompo – Hotel Fazenda Para Cães (www.clubedecaompo.com.br)
- Buddy Toys – Brinquedos e Acessórios Pet (www.buddytoys.com.br)
Conteúdo:
Pam irá abordar suas teorias e técnicas de treinamento focadas no uso do ”Trick Training” para a construção de uma parceria de trabalho entre você e seu cão, assim como para manter a motivação e o entusiasmo do seu cão em qualquer que seja a performance que estejam fazendo: freestyle, frisbee ou simplesmente uma pequena apresentação para animar amigos e família!
Valores:
* Participantes COM cão: R$ 700,00
R$ 350,00 À VISTA + R$ 350,00 (em até 2 vezes, sendo a última parcela até o dia 17/11/08).
* Participantes SEM cão: R$ 500,00
R$ 250,00 À VISTA + R$ 250,00 (em até 2 vezes, sendo a última parcela até o dia 17/11/08).
ATENÇÃO! Reservas por ordem de pagamento e apenas mediante confirmação de depósito bancário.
OBSERVAÇÕES:
- Certificados.
- Aos participantes COM cão: limitado 1 cão por participante.
- Restrições: Filhotes com menos de 4 meses de idade; Cadelas no cio; Cães com problemas de agressividade;
INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES:
Evelyse Athayde e Daniela Ramos
Contatos: (15) 9789-7727
eve.athayde@hotmail.com
daniela.ramos@psicovet.com.br
Pam Martin é uma das mais renomadas treinadoras de cães do mundo! Reconhecida e admirada pelo seu trabalho e simpatia, Pam desperta o carisma de todos que a conhecem e assistem! É proprietária da escola de adestramento “Top Dog Obedience Training School”, localizada no Texas, Estados Unidos.
Treinadora de diversas modalidades esportivas caninas, sendo inclusive competidora e apresentadora de maravilhosas performances com seus cães em shows, programas de TV (Pet Star”, “Martha Stewart Show”, “The Competition/Animal Planet”) e eventos/seminários em diversos países do mundo, como México, Japão, Canadá e Brasil.
Pam treina cães há mais de 30 anos, tendo começado com adestramento de obediência e expandindo então para outras modalidades: Flyball, Frisbee e Freestyle (Dança com Cão). Todos os seus cães foram treinados por ela, atingindo os níveis mais elevados de todas estas modalidades esportivas caninas!
É capitã e integrante do “Top Dog Racers”, time de grande destaque no Flyball norte americano. Faz parte do comitê executivo da MSDA – Musical Sport Dogs Association. Agora, a convite de Daniela Ramos e Evelyse Athayde, Pam vem ao Brasil compartilhar conosco seu maravilhoso e contagiante trabalho!
Pam Martin website - www.topdogdallas.com
Daniela Ramos é médica veterinária formada pela USP-SP e especialista em Comportamento Animal, com mestrado na Universidade de Lincoln-Inglaterra. Realiza consultas comportamentais, adestramento, palestras e consultoria a empresas do ramo animal (www.psicovet.com.br).
Evelyse Athayde é treinadora profissional de cães. Trabalha com educação canina para filhotes e adultos, pratica e dá aulas de Frisbee, Freestyle e Flyball. Fez especialização nos Estados Unidos, como Trainee de Pam Martin – experiência que lhe proporcionou aprimorar e ampliar seus conhecimentos sobre Obediência, Comportamento e Esportes Caninos.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Dicas do encantador de cães
Vocês já ouviram falar de César Millán, o encantador de cães? Já temos dois livros dele publicados aqui no país. E quem tem TV a cabo não pode deixar de ver o programa dele no Animal Planet. O método que ele usa para treinamento dos peludos lá nos EUA é bem parecido com o que nós da Lord Cão usamos aqui no Brasil. Abaixo seguem algumas ótimas dicas dele para os donos de cães.
SUSSURROS SENSATOS DE CÉSAR
QUANTO MAIS VOCÊ APRENDE SOBRE A PSICOLOGIA DOS CÃES, mais fácil será formar uma ligação com seu mascote.
OS CÃES NÃO SÃO HUMANOS. O amor que você oferece não é suficiente para que o seu cão tenha um comportamento e uma vida equilibrados. Além de afeto, o animal precisa fazer exercícios, direções claras e da sua liderança. Você deve fazer com que ele pratique o comportamento desejado. Você é o dono. Seja um líder!
REABILITAR UM CACHORRO NÃO CONSISTE EM “CONSERTÁ-LO”. O processo de recuperação exige o seu envolvimento. Não se trata somente do mascote; o dono também deve trabalhar para conseguir a mudança. Você deve favorecer a transformação dando ênfase ao que você deseja, não ao que está sentindo. Os cães captam as sensações de medo, dúvida ou preocupação e tentarão aproveitar-se delas para dominá-lo.
PRATIQUE UMA LIDERANÇA FIRME DIARIAMENTE, especialmente durante os passeios. A energia que você projeta internamente é a mensagem que você está enviando ao seu cachorro.
DEDIQUE PELO MENOS 45 MINUTOS AOS PASSEIOS MATUTINOS COM SEU CÃO. Deixe claro que você tem uma rotina constante e espera que ele a siga. Canalize a energia da sua mascote de uma forma positiva.
NÃO ESPERE MAIS DE SEU CÃO QUE DE SEUS PRÓPRIOS FILHOS. Estes animais também precisam de disciplina. Ofereça amor, junto com regras e limites claros.
EVITE REFORÇAR OS MEDOS DE SEU CACHORRO OU A SUA INSTABILIDADE MENTAL. Imagine um cenário positivo e mantenha-o em mente enquanto lida com o seu cachorro. Assim você estará transmitindo, de forma firme, sinais afirmativos e serenidade.
VOCÊ É A FONTE DE ENERGIA PARA SEU CACHORRO, o modelo a seguir.
DESAFIE A MENTE DO SEU CÃO. Estes animais querem saber o que fazer de suas vidas. Deixe que ele trabalhe para ganhar o seu afeto. Quando estiver em um estado tranqüilo e submisso, seu amor intensificará suas qualidades.
OS CÃES PRECISAM DE UM TEMPO “ATIVO” E OUTRO “APAGADO”. Envolva-os em momentos estruturados. É você quem determina sua agenda e ajusta os horários dele aos seus. Assim compartilharão os momentos de relaxamento e atividades, evitando comportamentos impacientes e destrutivos que contrastam com a sua rotina.
OS CÃES NOS ENSINAM QUANTO AINDA PODEMOS APRENDER. ELES VIVEM O MOMENTO. TENTE FAZER O MESMO!
CÉSAR MILLÁN conseguiu incríveis resultados com cães agressivos, assustados, preguiçosos, compulsivos e até ciumentos. E com o programa O Encantador de Cães, conquistou o reconhecimento do público. Os telespectadores logo percebem que não são os cães, mas seus excêntricos donos, os que mais precisam da ajuda de César. César é geralmente o último recurso dos clientes que enfrentam situações de crise com seus adorados mascotes. Apesar da maioria dos episódios de O Encantador de Cães ser filmada nos lares dos animais e seus donos, em certas ocasiões, César decide levar os casos mais extremos ao seu Centro de Psicologia Canina, onde submete os recém-chegados a um intenso treinamento com cães recuperados. Este método coloca à prova o poder do trabalho em equipe entre o homem e seus bichos de estimação. No Centro de Psicologia Canina podem ser encontrados até 50 cachorros internados: rottweilers, pitbulls e dobermans, marcados por algum acontecimento mortal, que agora desfrutam de uma segunda oportunidade em suas vidas, enquanto ajudam César na reabilitação de novos cachorros com casos extremos de mau comportamento. No programa, Cesar visita os lares de cães problemáticos e seus donos. Sem aviso prévio ou preparação específica para cada caso, O Encantador de Cães documenta as surpreendentes mudanças de comportamento que acontecem sob a sua direção firme e serena.
Fonte: Website oficial de Cesar Millan
SUSSURROS SENSATOS DE CÉSAR
QUANTO MAIS VOCÊ APRENDE SOBRE A PSICOLOGIA DOS CÃES, mais fácil será formar uma ligação com seu mascote.
OS CÃES NÃO SÃO HUMANOS. O amor que você oferece não é suficiente para que o seu cão tenha um comportamento e uma vida equilibrados. Além de afeto, o animal precisa fazer exercícios, direções claras e da sua liderança. Você deve fazer com que ele pratique o comportamento desejado. Você é o dono. Seja um líder!
REABILITAR UM CACHORRO NÃO CONSISTE EM “CONSERTÁ-LO”. O processo de recuperação exige o seu envolvimento. Não se trata somente do mascote; o dono também deve trabalhar para conseguir a mudança. Você deve favorecer a transformação dando ênfase ao que você deseja, não ao que está sentindo. Os cães captam as sensações de medo, dúvida ou preocupação e tentarão aproveitar-se delas para dominá-lo.
PRATIQUE UMA LIDERANÇA FIRME DIARIAMENTE, especialmente durante os passeios. A energia que você projeta internamente é a mensagem que você está enviando ao seu cachorro.
DEDIQUE PELO MENOS 45 MINUTOS AOS PASSEIOS MATUTINOS COM SEU CÃO. Deixe claro que você tem uma rotina constante e espera que ele a siga. Canalize a energia da sua mascote de uma forma positiva.
NÃO ESPERE MAIS DE SEU CÃO QUE DE SEUS PRÓPRIOS FILHOS. Estes animais também precisam de disciplina. Ofereça amor, junto com regras e limites claros.
EVITE REFORÇAR OS MEDOS DE SEU CACHORRO OU A SUA INSTABILIDADE MENTAL. Imagine um cenário positivo e mantenha-o em mente enquanto lida com o seu cachorro. Assim você estará transmitindo, de forma firme, sinais afirmativos e serenidade.
VOCÊ É A FONTE DE ENERGIA PARA SEU CACHORRO, o modelo a seguir.
DESAFIE A MENTE DO SEU CÃO. Estes animais querem saber o que fazer de suas vidas. Deixe que ele trabalhe para ganhar o seu afeto. Quando estiver em um estado tranqüilo e submisso, seu amor intensificará suas qualidades.
OS CÃES PRECISAM DE UM TEMPO “ATIVO” E OUTRO “APAGADO”. Envolva-os em momentos estruturados. É você quem determina sua agenda e ajusta os horários dele aos seus. Assim compartilharão os momentos de relaxamento e atividades, evitando comportamentos impacientes e destrutivos que contrastam com a sua rotina.
OS CÃES NOS ENSINAM QUANTO AINDA PODEMOS APRENDER. ELES VIVEM O MOMENTO. TENTE FAZER O MESMO!
CÉSAR MILLÁN conseguiu incríveis resultados com cães agressivos, assustados, preguiçosos, compulsivos e até ciumentos. E com o programa O Encantador de Cães, conquistou o reconhecimento do público. Os telespectadores logo percebem que não são os cães, mas seus excêntricos donos, os que mais precisam da ajuda de César. César é geralmente o último recurso dos clientes que enfrentam situações de crise com seus adorados mascotes. Apesar da maioria dos episódios de O Encantador de Cães ser filmada nos lares dos animais e seus donos, em certas ocasiões, César decide levar os casos mais extremos ao seu Centro de Psicologia Canina, onde submete os recém-chegados a um intenso treinamento com cães recuperados. Este método coloca à prova o poder do trabalho em equipe entre o homem e seus bichos de estimação. No Centro de Psicologia Canina podem ser encontrados até 50 cachorros internados: rottweilers, pitbulls e dobermans, marcados por algum acontecimento mortal, que agora desfrutam de uma segunda oportunidade em suas vidas, enquanto ajudam César na reabilitação de novos cachorros com casos extremos de mau comportamento. No programa, Cesar visita os lares de cães problemáticos e seus donos. Sem aviso prévio ou preparação específica para cada caso, O Encantador de Cães documenta as surpreendentes mudanças de comportamento que acontecem sob a sua direção firme e serena.
Fonte: Website oficial de Cesar Millan
Lord Cão no Programa Revista DeAaZ
É com grande satisfação que eu venho dividir com vocês a alegria de ter sido entrevistada por Ana Cláudia Thorpe, para uma reportagem que foi ao ar dia 05/09/08, no Programa Revista DeAaZ. A matéria fala sobre o trabalho da Lord Cão e as principais dúvidas dos donos de cães. Vejam o vídeo abaixo!
Cachorro cansado é cachorro feliz
Para deixar um cachorro feliz primeiro é preciso exercitá-lo bastante! Passeios, exercícios, brincadeiras, jogos ao ar livre, caminhadas, corridas, treinamento... Neste Lord Cão News abaixo, escrito pela nossa treinadora do Rio de Janeiro Beatriz Duarte, vocês verão muitas dicas para deixar o peludo bem cansado e bem feliz. Para ler outros Lord Cão News, nosso jornal eletrônico para quem ama os cães, basta clicar aqui.
Edição #34 - Setembro/08
Escrito Por: Beatriz Duarte
CACHORRO CANSADO É CACHORRO FELIZ
Nesse Lord Cão News vamos abordar um assunto ao qual os donos deveriam dar mais importância, vamos falar sobre os exercícios físicos.
Sempre escuto donos falando que seu cãozinho é muito feliz, pois ele recebe muito amor, carinho, comida na hora certa. Porém muitos cães chegam nas aulas estressados, latindo, arrumando confusão com outros cães, apresentando algum tipo de distúrbio e muitos outros problemas. Sempre me pergunto. Será que só carinho e comida bastam para esse cão? Qual será o motivo de tanto estresse?
Eis que surge a seguinte pergunta para os donos: Que tipo de atividade física seu cão pratica? As respostas mais comuns são:
• Só saio quando tenho tempo ou
• Ele só sai para fazer suas necessidades ou
• Nunca sai
A primeira coisa que devemos ter em mente é que os cães não pediram para entrar nas nossas casas, nós fizemos esta escolha e com essa decisão devemos assumir a responsabilidade de dar uma vida digna aos nossos peludos.
Os exercícios físicos feitos com regularidade ajudam a evitar o estresse que pode se desenvolver pelo fato do peludo ficar o dia inteiro preso e/ou sozinho, que é muito comum aos cães que vivem nas grandes cidades. Mas, não é só por isso que os cães devem fazer exercícios. Vamos tentar imaginar um cão e sua matilha na natureza. Será que eles ficam esperando um potinho de ração aparecer? Será que eles passam o dia inteiro dormindo? Será que eles que ficam roendo alguma árvore para passar o tempo? Tenho certeza que não.
Na natureza os cães precisam caçar para sobreviver, e não é uma tarefa fácil, pois eles passam mais de 10 horas por dia a procura de comida, ou seja, sua estrutura física foi feita para longas caminhadas e passar horas farejando.
É verdade que nem todas as raças precisam de tanto exercício assim. Com a interferência dos homens criando novas raças essa estrutura foi sendo alterada para termos, por exemplo, os cães de companhia. Você consegue imaginar um Shih-Tzu caminhando por 10 horas? Por isso precisamos achar o equilíbrio, não podemos levar um Pug para uma maratona, e também não podemos achar que 15 minutos de caminhada para um Border Collie será suficiente. Porém, não importa a raça do seu peludo, todos os cães precisam de exercícios físicos.
Os benefícios que os exercícios trazem para os peludos são vários:
* Ajuda a evitar o estresse - infelizmente este tipo de problema tem afetado nossos peludos. Com o aparecimento do estresse alguns cães ficam mais agressivos, ansiosos, depressivos, desenvolvem distúrbios de automutilação, ficam extremamente grudados em seus donos a tal ponto de não deixarem que outras pessoas se aproximem.
* Fortalece a união entre dono e cão, diminuindo problemas de falta de hierarquia – Cães que passeiam regularmente com seus donos tendem a ser mais cooperativos e a aceitar melhor os comandos e o treinamento de obediência. É que as caminhadas fazem com que o cão se sinta mais próximo de sua matilha e por isso respeite mais a hierarquia estabelecida.
* Ajuda a manter os peludos em forma e com saúde, aumentando o tempo de vida - doenças como a obesidade, dificuldades cardiorrespiratórias, predisposição à diabetes estão se tornando cada vez mais comum nos peludos que não fazem exercícios.
* Ajuda a evitar destruição - Evita que o peludo se meta em encrencas como a destruição de móveis, roupas, portas, jardins, paredes (acreditem existem cães tão estressados que destróem até paredes).
* O peludo fica mais tranqüilo - Assim como nós humanos o exercício regular fortalece os músculos, melhora a circulação sanguínea provocando uma melhor oxigenação dos tecidos ajudando a limpar as células de toxinas, aumentam a quantidade de serotonina liberada no organismo, que torna o cão mais relaxado e feliz.
* Evita brigas entre cães da mesma casa – com os passeios é possível criar um sentido de matilha, além disso, mantendo os peludos cansados eles vão pensar duas vezes antes de começar um briga.
Sabendo dos benefícios, temos que ficar cientes que nem tudo é perfeito e alguns exercícios podem trazer conseqüências “ruins”, vou citar alguns exemplos:
* Exercícios como a corrida podem forçar as articulações dos peludos. Nestes casos é melhor praticar uma natação, por exemplo, com o cuidado de secar muito bem o peludo no final para ele não desenvolver fungos e dermatites.
* Raças que tem alguma predisposição genética para algumas doenças como a displasia coxo-femural, ou problemas na coluna, podem ter seus problemas agravados por causa dos exercícios exagerados ou muito intensos.
* Assim como os humanos alguns cães começam a criar uma resistência física muito grande com os exercícios, no início ele se satisfaz com 2 horas de exercício por dia, depois 2 horas não são mais suficientes, depois aumenta para 3, 4, 5 horas, parece que o peludo tem uma bateria recarregável. As raças de trabalho são mais propensas a esse tipo de atitude, mas é um problema raro de ser desenvolvido. Na Lord Cão só vimos um caso em que nenhum exercício era suficiente para o peludo.
Mas, se colocarmos na balança os prós e contras de se fazer exercícios, acho que a melhor opção ainda é praticar atividades físicas. Existem exercícios que podem ser feito até pelos cães que apresentam algum problema de saúde.
A quantidade de exercícios ideal para cada peludo vai depender da idade, da raça e da existência de alguma doença que possa comprometer a saúde dos peludos. Pra tudo na vida é preciso ter bom-senso, a maioria dos cães consegue sinalizar de uma forma clara quando estão no limite.
Além da quantidade, outro fator de extrema importância é a regularidade. Cães gostam de rotina, por isso não adianta sair com seu peludo uma vez por semana ou uma vez por mês e achar que isso é suficiente. Ponha-se no lugar do seu cão por alguns instantes. Você se imagina saindo uma vez por semana ou por mês? E que tal ficar trancafiado num canil (que na maioria das vezes a metragem é de 2x2) o dia inteiro sem olhar para ninguém? Acho que boa parte das pessoas teria um colapso nervoso.
Sei que muitas vezes chegamos em casa cansados do trabalho, temos que dar atenção ao marido, esposa, filhos. Mas, o cão não tem culpa, temos que colocar o cansaço e a preguiça de lado e fazer bons exercícios com nossos peludos. A partir do momento que compramos ou adotamos um cão, a vida dele está sob nossa responsabilidade. Por isso os exercícios devem ser feitos diariamente. Mesmo para os cães que vivem em casas grandes os passeios são de extrema importância, pois são ótimos aliados para estreitar os laços de amizade entre cão e dono, além de socializar seu peludo com outras pessoas e outros cachorros.
Devemos ter um cuidado especial para cães muito novinhos (até 6 meses) e com idade avançada (a partir de 8 anos). Filhotes só devem brincar soltos e cães mais velhos precisam de um check up anual para verificar se está tudo bem, afinal é a famosa idade do “Condor”, com dor aqui, com dor ali e por aí vai. rsss
Antes de começar a praticar qualquer atividade física com seu peludo, faça uma visita ao veterinário para um ckeck up verificando assim se existe algum tipo de problema como: displasia coxo-femural, problemas nas articulações, problemas cardíacos, entre outros.
Procure fazer os exercícios nos horários em que o sol não esteja torrando a cabeça de ninguém, não queremos que o seu peludo e nem você fiquem desidratados. Falando em desidratação não se esqueça de levar água para o seu peludo. Sempre que for praticar exercícios com o seu peludo, vá aumentando gradativamente o esforço e pare quando houver sinais de cansaço. Abusos podem provocar problemas de coluna, deformidades dos membros anteriores e posteriores e até enfarte.
Existem diversos tipos de exercícios que podemos fazer para nos divertimos com nossos peludos, mas sem dúvida alguma os melhores exercícios são aqueles em que o cão pode estar solto, porém nas grandes cidades este tipo de atividade é bastante complicada de ser realizada por falta de locais seguros e fechados. Sempre gosto de lembrar às pessoas que NÃO deixem seus cães soltos pelas ruas. Por mais treinado que ele seja, em algum momento pode acontecer o pior. Outro detalhe importante é que os cães que são atropelados são os cães que andam soltos. Pode parecer que temos o controle do peludo nessas situações, mas já vimos diversos casos de cães que se perderam dos seus donos porque o confundiram com outra pessoa, ou porque tinha uma fêmea no cio e o cão ignorou o chamado do seu dono (nessas horas a natureza fala mais alto, e não existe treinamento que segure um cão próximo ao seu dono sem uma guia). Já existe nas grandes cidades locais cercados em que podemos dar um pouco mais de liberdade aos cães, mas precisamos ter um segundo cuidado nesses locais, as brigas entre cães. Se o seu peludo é do tipo anti-social procure levá-lo nos horários em que não há outro cão.
Quer alguns exemplos de boa diversão e muito exercício?
Caminhadas – Este tipo de exercício serve para cães de todas as idades, tamanhos e raças. Para cães com um nível de atividade alta, você pode fazer três caminhadas de 40 minutos ou mais (dependendo do nível de energia do seu peludo) por dia. Para cães com o nível de atividade médio, 2 caminhadas por dia de 30 minutos cada será suficiente para este peludo. Para cães com um nível de atividade baixa, 2 caminhadas por dia de 15 minutos deve deixar esse peludinho satisfeito.
Corridas na coleira e guia – É o tipo de exercício que só deve ser feito por cães adultos e raças resistentes como cães de trabalho, Terriers, cães de caça ou cães hiperativos.
Natação – Muito usado na reabilitação de cães com problemas de saúde como a displasia coxo-femural. Esse divertido exercício gasta a energia de nossos peludos sem força suas articulações. É recomendado para todas as raças e também para cães de qualquer idade (a exceção fica por conta das recomendações específicas do veterinário).
Agility – Esse esporte é baseado em provas hípicas. O Agility consiste em fazer o cão percorrer um circuito de obstáculos no menor tempo possível e com o menor número de faltas. O condutor não pode encostar no cão e não pode ter nada em sua mão. Indicado para cães adultos. As raças que mais praticam esse esporte são os cães pastores, mas já existem cães de outras raças que participam deste esporte.
Frisbee Canino – Todo mundo sabe que os cães adoram perseguir objetos, imagine um objeto que passa voando por ele. O Frisbee é um esporte pouco conhecido no Brasil, mas que muitos cães iriam adorar praticar. Ele é mais indicado para cães adultos, mas pode ser feito moderadamente por cães jovens.
Treinamento de Obediência Básica – O treinamento também é um exercício para os nossos peludos, pois ele exercita o corpo e a mente do seu cão, além disso, melhora a comunicação entre o dono e o peludo reforçando sua posição de líder sobre nossos amigos que vêem o mundo através da hierarquia. Este também é um exercício que pode ser feito por cães de todas as idades.
Hoje, com a grande variedade de exercícios, podemos escolher o mais indicado para cada tipo de raça. Para facilitar um pouco mais o entendimento de quais exercícios seriam compatíveis com a raça do seu peludinho, vamos agrupá-las de acordo com o tipo de trabalho que cada raça foi originalmente criada para exercer:
* CÃES DE CAÇA (ex: Cocker Spaniel Inglês e Americano, Brittany, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pointers, Bracos, Vizlas, Weimaraners, Setters Inglês e Irlandês) – Com esses peludos vale tudo, são cheios de energia e não são recomendados para apartamentos a não ser que seu dono seja um perfeito atleta.rsss
Eles podem fazer longas caminhadas, corridas, natação, frisbee. O agility é mais recomendado para os Cockers e para o Britany, pois suas estruturas são mais leves. Cães mais pesados precisam de cuidados extras na hora de fazer agility, pois é o tipo de exercício que força suas articulações com os saltos.
* HOUNDS (ex: Basset Hound, Beagle, Dachshund, Italian Greyhound, Leão da Rodésia, Borzoi, Saluki) – Eles também são cães de caça, mas a diferença é que eles caçam em bandos. Como todo cão de caça, energia é o que não falta (com exceção do Dachshund e do Basset Hound), o maior problema em exercitar esses peludos é que eles adoram ficar com o rosto no chão.
A caminhada e a corrida serão ótimas aliadas desses peludos. O agility e o Frisbee devem ser feitos com muito cuidado pelos Dachshund e pelo Basset, esse tipo de movimentação pode prejudicar sua coluna. Os hounds também podem se beneficiar com a natação.
* CÃES DE TRABALHO (ex: Akita, Bernese Mountain Dog, Boxer, Cane Corso, Cão D’Água Português, Doberman Pinsher, Dogue Alemão, Dogue de Bordeux, Fila Brasileiro, Husky Siberiano, Mastiff Inglês, Pastor Alemão, Pastor Belga Groenendeal, Pastor Canadense, Rottweiler, São Bernardo) – O nome deste grupo de cães já diz tudo, esses peludos foram criados para desenvolver trabalhos pesados, principalmente, de força, tração e proteção de propriedade. Como vocês podem notar os cães de trabalho são de grande porte, por esse motivo é preciso ter muito cuidado com alguns tipos de exercícios para determinadas raças. Quanto maior e mais pesada à raça é, maior são os cuidados que devemos ter com os exercícios desses peludos. Por exemplo, você consegue imaginar um Mastiff Inglês fazendo agility?
Exercícios como caminhadas e natação podem ser praticados por todos deste grupo de raças, já o agility, o Frisbee e a corrida devem ser feito por cães mais leves e que gostem muito desses exercícios.
* CÃES PASTORES (ex: Border Collie, Bouvier des Flandres, Collie, Pastor Alemão, Pastor Belga, Pastor de Shetland, Old English Shepdog, Beauceron) – Esses peludos normalmente são ligados em 220v (principalmente o Border Collie), por isso são usados para guiar e pastorear outros animais. Todos os tipos de exercícios são recomendados para esses peludos, o mais difícil é fazer esses cães se cansarem, geralmente nós nos cansamos primeiro.
* TERRIERS (ex: Airedale Terrier, American Staffordshire Terrier, Boston Terrier, Bull Terrier, Cairn Terrier, Terrier Brasileiro, Fox Terrier, Jack Russel Terrier, Miniatura Pinsher, Pit Bull Terrier, Schnauzer , Scottish Terrier, Welsh Terrier, West Highland Terrier, Yorkshire Terrier) – Seu verdadeiro grupo de classe deveria se chamar “Terríveis”, esses peludos não deixam barato no quesito excesso de energia, precisam de muito exercício para não se tornarem verdadeiros destruidores de sua casa, eles podem se divertir com todos os tipos de exercícios.
* TOYS (ex: Bichon Frise, Cotton de Tulear, Lhasa Apso, Maltês, Shih-Tzu, Poodle) – Esses baixinhos são ótimas companhias para quem mora em apartamentos, além de pequenos esses peludos não precisam de tanto exercício como os outros grupos acima. Nada como uma bela caminhada para acalmar esses cães. A maioria deles tem uma pelagem longa e a natação não seria um exercício muito recomendado. O agillity e o frisbee também podem ser praticados por esses peludos.
* CÃES ESPECIAIS (ex: Bulldog Inglês, Bulldog Francês, Chow Chow, Sharpei, Pug) – Nesse grupo de raça as funções originais não são tão bem definidas. As formas, os tamanhos, e os pêlos são bastante variados. É preciso muito cuidado com as raças que tem o focinho curto, pois sua capacidade respiratória é limitada e eles não resistem ao forte calor, além de se cansarem facilmente. Portanto se você gosta de agility, frisbee e corridas na coleira e guia, lembre-se que, definitivamente, estes não são exercícios recomendados para esses peludos. Basta uma boa caminhada em um horário bem fresquinho. Para falar a verdade, nenhum cão deveria fazer exercícios nos horários muito quentes, a não ser que seja natação.
Mesmo que sabendo que muitos exercícios só podem ser praticados em locais com muito espaço como o agility e o frisbee, e que espaço é o que não se tem nos grandes centros urbanos, é preciso nos adaptarmos e não deixar que isso se torne um impedimento para não exercitarmos nossos amigos regularmente. A caminhada ainda é uma ótima opção e serve para cães de todas as raças, tamanhos e idade.
Mesmo os donos que trabalham o dia todo, precisam dedicar algum tempo para o seu peludo. Sei que nos dias de hoje temos que trabalhar por muitas horas, mas o peludo não pediu para ir para a nossa casa. Portanto, largue de preguiça, acorde uma hora mais cedo e vá caminhar ou brincar com o seu peludo, dedique também algum tempo quando você chegar do trabalho. Pense nos quilinhos que você vai perder com o seu peludo, você pode economizar o dinheiro da academia. rsss
Mas não precisa esfolar o bichinho a não ser que ele goste, pesquise sobre as características da raça do seu peludo, desta maneira você poderá fazer uma boa análise sobre o que ele gosta ou não gosta de fazer, sobre o que ele está apto ou não a fazer, sobre a quantidade de energia que ele tem ou não. É uma questão de sensibilidade e observação: os cães nos dão as respostas certas sobre o que eles querem fazer, se já estão satisfeitos, ou se já estão muito cansados.
E para aqueles dias em que não dá mesmo para sair e ir fazer a rotina diária de exercícios na rua, existem os acessórios que ajudam os peludos a se exercitarem, muitos sem precisar sair de casa. São chamados de brinquedos inteligentes. Assim como os humanos nossos peludos adoram uma novidade e nada como um novo brinquedo para prender sua atenção, alguns deles guardam petiscos no seu interior provocando os instintos de caça dos nossos amiguinhos.
Hoje no mercado temos uma grande variedade de brinquedos, agradando a gregos e troianos. No site da Bitcão é possível encontrar algo que o seu peludinho goste, por exemplo: bolas, brinquedos de nylon, bichinhos de pelúcia, bolinhas com corda, argolas, ossos de borracha, lanterna laser e etc.
Para finalizar este artigo temos que ter em mente que os exercícios devem ser feitos não só pelos cães, mas pelos humanos também, a cada dia que passa mais doenças aparecem nos humanos e nos cães por falta de exercícios. O aumento da obesidade, das doenças cardíacas, problemas na coluna entre outras, poderiam ser evitados se humanos e cães se exercitassem regularmente.
Então que tal colocar uma roupa e um tênis confortável e sair com seu amigão para ter ótimos momentos de relaxamento e diversão? Só não se esqueça de levar uma garrafa de água para você e seu peludo e de um saquinho para retirar a sujeira deixada por seu companheiro. Nada mais chato do que pisar em cocô de cachorro na rua!
Bom exercício e divirta-se!! Espero que gostem!
Beatriz Duarte
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda
beatriz@lordcao.com.br
Distribuição: 71.371 internautas
Copyright 2008 - Beatriz Duarte - Todos os direitos reservados.
Este artigo está registrado na Biblioteca Nacional e tem seus direitos autorais protegidos por lei. É permitida a sua reprodução desde que sejam colocados os créditos de autoria e um link para www.lordcao.com.
Edição #34 - Setembro/08
Escrito Por: Beatriz Duarte
CACHORRO CANSADO É CACHORRO FELIZ
Nesse Lord Cão News vamos abordar um assunto ao qual os donos deveriam dar mais importância, vamos falar sobre os exercícios físicos.
Sempre escuto donos falando que seu cãozinho é muito feliz, pois ele recebe muito amor, carinho, comida na hora certa. Porém muitos cães chegam nas aulas estressados, latindo, arrumando confusão com outros cães, apresentando algum tipo de distúrbio e muitos outros problemas. Sempre me pergunto. Será que só carinho e comida bastam para esse cão? Qual será o motivo de tanto estresse?
Eis que surge a seguinte pergunta para os donos: Que tipo de atividade física seu cão pratica? As respostas mais comuns são:
• Só saio quando tenho tempo ou
• Ele só sai para fazer suas necessidades ou
• Nunca sai
A primeira coisa que devemos ter em mente é que os cães não pediram para entrar nas nossas casas, nós fizemos esta escolha e com essa decisão devemos assumir a responsabilidade de dar uma vida digna aos nossos peludos.
Os exercícios físicos feitos com regularidade ajudam a evitar o estresse que pode se desenvolver pelo fato do peludo ficar o dia inteiro preso e/ou sozinho, que é muito comum aos cães que vivem nas grandes cidades. Mas, não é só por isso que os cães devem fazer exercícios. Vamos tentar imaginar um cão e sua matilha na natureza. Será que eles ficam esperando um potinho de ração aparecer? Será que eles passam o dia inteiro dormindo? Será que eles que ficam roendo alguma árvore para passar o tempo? Tenho certeza que não.
Na natureza os cães precisam caçar para sobreviver, e não é uma tarefa fácil, pois eles passam mais de 10 horas por dia a procura de comida, ou seja, sua estrutura física foi feita para longas caminhadas e passar horas farejando.
É verdade que nem todas as raças precisam de tanto exercício assim. Com a interferência dos homens criando novas raças essa estrutura foi sendo alterada para termos, por exemplo, os cães de companhia. Você consegue imaginar um Shih-Tzu caminhando por 10 horas? Por isso precisamos achar o equilíbrio, não podemos levar um Pug para uma maratona, e também não podemos achar que 15 minutos de caminhada para um Border Collie será suficiente. Porém, não importa a raça do seu peludo, todos os cães precisam de exercícios físicos.
Os benefícios que os exercícios trazem para os peludos são vários:
* Ajuda a evitar o estresse - infelizmente este tipo de problema tem afetado nossos peludos. Com o aparecimento do estresse alguns cães ficam mais agressivos, ansiosos, depressivos, desenvolvem distúrbios de automutilação, ficam extremamente grudados em seus donos a tal ponto de não deixarem que outras pessoas se aproximem.
* Fortalece a união entre dono e cão, diminuindo problemas de falta de hierarquia – Cães que passeiam regularmente com seus donos tendem a ser mais cooperativos e a aceitar melhor os comandos e o treinamento de obediência. É que as caminhadas fazem com que o cão se sinta mais próximo de sua matilha e por isso respeite mais a hierarquia estabelecida.
* Ajuda a manter os peludos em forma e com saúde, aumentando o tempo de vida - doenças como a obesidade, dificuldades cardiorrespiratórias, predisposição à diabetes estão se tornando cada vez mais comum nos peludos que não fazem exercícios.
* Ajuda a evitar destruição - Evita que o peludo se meta em encrencas como a destruição de móveis, roupas, portas, jardins, paredes (acreditem existem cães tão estressados que destróem até paredes).
* O peludo fica mais tranqüilo - Assim como nós humanos o exercício regular fortalece os músculos, melhora a circulação sanguínea provocando uma melhor oxigenação dos tecidos ajudando a limpar as células de toxinas, aumentam a quantidade de serotonina liberada no organismo, que torna o cão mais relaxado e feliz.
* Evita brigas entre cães da mesma casa – com os passeios é possível criar um sentido de matilha, além disso, mantendo os peludos cansados eles vão pensar duas vezes antes de começar um briga.
Sabendo dos benefícios, temos que ficar cientes que nem tudo é perfeito e alguns exercícios podem trazer conseqüências “ruins”, vou citar alguns exemplos:
* Exercícios como a corrida podem forçar as articulações dos peludos. Nestes casos é melhor praticar uma natação, por exemplo, com o cuidado de secar muito bem o peludo no final para ele não desenvolver fungos e dermatites.
* Raças que tem alguma predisposição genética para algumas doenças como a displasia coxo-femural, ou problemas na coluna, podem ter seus problemas agravados por causa dos exercícios exagerados ou muito intensos.
* Assim como os humanos alguns cães começam a criar uma resistência física muito grande com os exercícios, no início ele se satisfaz com 2 horas de exercício por dia, depois 2 horas não são mais suficientes, depois aumenta para 3, 4, 5 horas, parece que o peludo tem uma bateria recarregável. As raças de trabalho são mais propensas a esse tipo de atitude, mas é um problema raro de ser desenvolvido. Na Lord Cão só vimos um caso em que nenhum exercício era suficiente para o peludo.
Mas, se colocarmos na balança os prós e contras de se fazer exercícios, acho que a melhor opção ainda é praticar atividades físicas. Existem exercícios que podem ser feito até pelos cães que apresentam algum problema de saúde.
A quantidade de exercícios ideal para cada peludo vai depender da idade, da raça e da existência de alguma doença que possa comprometer a saúde dos peludos. Pra tudo na vida é preciso ter bom-senso, a maioria dos cães consegue sinalizar de uma forma clara quando estão no limite.
Além da quantidade, outro fator de extrema importância é a regularidade. Cães gostam de rotina, por isso não adianta sair com seu peludo uma vez por semana ou uma vez por mês e achar que isso é suficiente. Ponha-se no lugar do seu cão por alguns instantes. Você se imagina saindo uma vez por semana ou por mês? E que tal ficar trancafiado num canil (que na maioria das vezes a metragem é de 2x2) o dia inteiro sem olhar para ninguém? Acho que boa parte das pessoas teria um colapso nervoso.
Sei que muitas vezes chegamos em casa cansados do trabalho, temos que dar atenção ao marido, esposa, filhos. Mas, o cão não tem culpa, temos que colocar o cansaço e a preguiça de lado e fazer bons exercícios com nossos peludos. A partir do momento que compramos ou adotamos um cão, a vida dele está sob nossa responsabilidade. Por isso os exercícios devem ser feitos diariamente. Mesmo para os cães que vivem em casas grandes os passeios são de extrema importância, pois são ótimos aliados para estreitar os laços de amizade entre cão e dono, além de socializar seu peludo com outras pessoas e outros cachorros.
Devemos ter um cuidado especial para cães muito novinhos (até 6 meses) e com idade avançada (a partir de 8 anos). Filhotes só devem brincar soltos e cães mais velhos precisam de um check up anual para verificar se está tudo bem, afinal é a famosa idade do “Condor”, com dor aqui, com dor ali e por aí vai. rsss
Antes de começar a praticar qualquer atividade física com seu peludo, faça uma visita ao veterinário para um ckeck up verificando assim se existe algum tipo de problema como: displasia coxo-femural, problemas nas articulações, problemas cardíacos, entre outros.
Procure fazer os exercícios nos horários em que o sol não esteja torrando a cabeça de ninguém, não queremos que o seu peludo e nem você fiquem desidratados. Falando em desidratação não se esqueça de levar água para o seu peludo. Sempre que for praticar exercícios com o seu peludo, vá aumentando gradativamente o esforço e pare quando houver sinais de cansaço. Abusos podem provocar problemas de coluna, deformidades dos membros anteriores e posteriores e até enfarte.
Existem diversos tipos de exercícios que podemos fazer para nos divertimos com nossos peludos, mas sem dúvida alguma os melhores exercícios são aqueles em que o cão pode estar solto, porém nas grandes cidades este tipo de atividade é bastante complicada de ser realizada por falta de locais seguros e fechados. Sempre gosto de lembrar às pessoas que NÃO deixem seus cães soltos pelas ruas. Por mais treinado que ele seja, em algum momento pode acontecer o pior. Outro detalhe importante é que os cães que são atropelados são os cães que andam soltos. Pode parecer que temos o controle do peludo nessas situações, mas já vimos diversos casos de cães que se perderam dos seus donos porque o confundiram com outra pessoa, ou porque tinha uma fêmea no cio e o cão ignorou o chamado do seu dono (nessas horas a natureza fala mais alto, e não existe treinamento que segure um cão próximo ao seu dono sem uma guia). Já existe nas grandes cidades locais cercados em que podemos dar um pouco mais de liberdade aos cães, mas precisamos ter um segundo cuidado nesses locais, as brigas entre cães. Se o seu peludo é do tipo anti-social procure levá-lo nos horários em que não há outro cão.
Quer alguns exemplos de boa diversão e muito exercício?
Caminhadas – Este tipo de exercício serve para cães de todas as idades, tamanhos e raças. Para cães com um nível de atividade alta, você pode fazer três caminhadas de 40 minutos ou mais (dependendo do nível de energia do seu peludo) por dia. Para cães com o nível de atividade médio, 2 caminhadas por dia de 30 minutos cada será suficiente para este peludo. Para cães com um nível de atividade baixa, 2 caminhadas por dia de 15 minutos deve deixar esse peludinho satisfeito.
Corridas na coleira e guia – É o tipo de exercício que só deve ser feito por cães adultos e raças resistentes como cães de trabalho, Terriers, cães de caça ou cães hiperativos.
Natação – Muito usado na reabilitação de cães com problemas de saúde como a displasia coxo-femural. Esse divertido exercício gasta a energia de nossos peludos sem força suas articulações. É recomendado para todas as raças e também para cães de qualquer idade (a exceção fica por conta das recomendações específicas do veterinário).
Agility – Esse esporte é baseado em provas hípicas. O Agility consiste em fazer o cão percorrer um circuito de obstáculos no menor tempo possível e com o menor número de faltas. O condutor não pode encostar no cão e não pode ter nada em sua mão. Indicado para cães adultos. As raças que mais praticam esse esporte são os cães pastores, mas já existem cães de outras raças que participam deste esporte.
Frisbee Canino – Todo mundo sabe que os cães adoram perseguir objetos, imagine um objeto que passa voando por ele. O Frisbee é um esporte pouco conhecido no Brasil, mas que muitos cães iriam adorar praticar. Ele é mais indicado para cães adultos, mas pode ser feito moderadamente por cães jovens.
Treinamento de Obediência Básica – O treinamento também é um exercício para os nossos peludos, pois ele exercita o corpo e a mente do seu cão, além disso, melhora a comunicação entre o dono e o peludo reforçando sua posição de líder sobre nossos amigos que vêem o mundo através da hierarquia. Este também é um exercício que pode ser feito por cães de todas as idades.
Hoje, com a grande variedade de exercícios, podemos escolher o mais indicado para cada tipo de raça. Para facilitar um pouco mais o entendimento de quais exercícios seriam compatíveis com a raça do seu peludinho, vamos agrupá-las de acordo com o tipo de trabalho que cada raça foi originalmente criada para exercer:
* CÃES DE CAÇA (ex: Cocker Spaniel Inglês e Americano, Brittany, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pointers, Bracos, Vizlas, Weimaraners, Setters Inglês e Irlandês) – Com esses peludos vale tudo, são cheios de energia e não são recomendados para apartamentos a não ser que seu dono seja um perfeito atleta.rsss
Eles podem fazer longas caminhadas, corridas, natação, frisbee. O agility é mais recomendado para os Cockers e para o Britany, pois suas estruturas são mais leves. Cães mais pesados precisam de cuidados extras na hora de fazer agility, pois é o tipo de exercício que força suas articulações com os saltos.
* HOUNDS (ex: Basset Hound, Beagle, Dachshund, Italian Greyhound, Leão da Rodésia, Borzoi, Saluki) – Eles também são cães de caça, mas a diferença é que eles caçam em bandos. Como todo cão de caça, energia é o que não falta (com exceção do Dachshund e do Basset Hound), o maior problema em exercitar esses peludos é que eles adoram ficar com o rosto no chão.
A caminhada e a corrida serão ótimas aliadas desses peludos. O agility e o Frisbee devem ser feitos com muito cuidado pelos Dachshund e pelo Basset, esse tipo de movimentação pode prejudicar sua coluna. Os hounds também podem se beneficiar com a natação.
* CÃES DE TRABALHO (ex: Akita, Bernese Mountain Dog, Boxer, Cane Corso, Cão D’Água Português, Doberman Pinsher, Dogue Alemão, Dogue de Bordeux, Fila Brasileiro, Husky Siberiano, Mastiff Inglês, Pastor Alemão, Pastor Belga Groenendeal, Pastor Canadense, Rottweiler, São Bernardo) – O nome deste grupo de cães já diz tudo, esses peludos foram criados para desenvolver trabalhos pesados, principalmente, de força, tração e proteção de propriedade. Como vocês podem notar os cães de trabalho são de grande porte, por esse motivo é preciso ter muito cuidado com alguns tipos de exercícios para determinadas raças. Quanto maior e mais pesada à raça é, maior são os cuidados que devemos ter com os exercícios desses peludos. Por exemplo, você consegue imaginar um Mastiff Inglês fazendo agility?
Exercícios como caminhadas e natação podem ser praticados por todos deste grupo de raças, já o agility, o Frisbee e a corrida devem ser feito por cães mais leves e que gostem muito desses exercícios.
* CÃES PASTORES (ex: Border Collie, Bouvier des Flandres, Collie, Pastor Alemão, Pastor Belga, Pastor de Shetland, Old English Shepdog, Beauceron) – Esses peludos normalmente são ligados em 220v (principalmente o Border Collie), por isso são usados para guiar e pastorear outros animais. Todos os tipos de exercícios são recomendados para esses peludos, o mais difícil é fazer esses cães se cansarem, geralmente nós nos cansamos primeiro.
* TERRIERS (ex: Airedale Terrier, American Staffordshire Terrier, Boston Terrier, Bull Terrier, Cairn Terrier, Terrier Brasileiro, Fox Terrier, Jack Russel Terrier, Miniatura Pinsher, Pit Bull Terrier, Schnauzer , Scottish Terrier, Welsh Terrier, West Highland Terrier, Yorkshire Terrier) – Seu verdadeiro grupo de classe deveria se chamar “Terríveis”, esses peludos não deixam barato no quesito excesso de energia, precisam de muito exercício para não se tornarem verdadeiros destruidores de sua casa, eles podem se divertir com todos os tipos de exercícios.
* TOYS (ex: Bichon Frise, Cotton de Tulear, Lhasa Apso, Maltês, Shih-Tzu, Poodle) – Esses baixinhos são ótimas companhias para quem mora em apartamentos, além de pequenos esses peludos não precisam de tanto exercício como os outros grupos acima. Nada como uma bela caminhada para acalmar esses cães. A maioria deles tem uma pelagem longa e a natação não seria um exercício muito recomendado. O agillity e o frisbee também podem ser praticados por esses peludos.
* CÃES ESPECIAIS (ex: Bulldog Inglês, Bulldog Francês, Chow Chow, Sharpei, Pug) – Nesse grupo de raça as funções originais não são tão bem definidas. As formas, os tamanhos, e os pêlos são bastante variados. É preciso muito cuidado com as raças que tem o focinho curto, pois sua capacidade respiratória é limitada e eles não resistem ao forte calor, além de se cansarem facilmente. Portanto se você gosta de agility, frisbee e corridas na coleira e guia, lembre-se que, definitivamente, estes não são exercícios recomendados para esses peludos. Basta uma boa caminhada em um horário bem fresquinho. Para falar a verdade, nenhum cão deveria fazer exercícios nos horários muito quentes, a não ser que seja natação.
Mesmo que sabendo que muitos exercícios só podem ser praticados em locais com muito espaço como o agility e o frisbee, e que espaço é o que não se tem nos grandes centros urbanos, é preciso nos adaptarmos e não deixar que isso se torne um impedimento para não exercitarmos nossos amigos regularmente. A caminhada ainda é uma ótima opção e serve para cães de todas as raças, tamanhos e idade.
Mesmo os donos que trabalham o dia todo, precisam dedicar algum tempo para o seu peludo. Sei que nos dias de hoje temos que trabalhar por muitas horas, mas o peludo não pediu para ir para a nossa casa. Portanto, largue de preguiça, acorde uma hora mais cedo e vá caminhar ou brincar com o seu peludo, dedique também algum tempo quando você chegar do trabalho. Pense nos quilinhos que você vai perder com o seu peludo, você pode economizar o dinheiro da academia. rsss
Mas não precisa esfolar o bichinho a não ser que ele goste, pesquise sobre as características da raça do seu peludo, desta maneira você poderá fazer uma boa análise sobre o que ele gosta ou não gosta de fazer, sobre o que ele está apto ou não a fazer, sobre a quantidade de energia que ele tem ou não. É uma questão de sensibilidade e observação: os cães nos dão as respostas certas sobre o que eles querem fazer, se já estão satisfeitos, ou se já estão muito cansados.
E para aqueles dias em que não dá mesmo para sair e ir fazer a rotina diária de exercícios na rua, existem os acessórios que ajudam os peludos a se exercitarem, muitos sem precisar sair de casa. São chamados de brinquedos inteligentes. Assim como os humanos nossos peludos adoram uma novidade e nada como um novo brinquedo para prender sua atenção, alguns deles guardam petiscos no seu interior provocando os instintos de caça dos nossos amiguinhos.
Hoje no mercado temos uma grande variedade de brinquedos, agradando a gregos e troianos. No site da Bitcão é possível encontrar algo que o seu peludinho goste, por exemplo: bolas, brinquedos de nylon, bichinhos de pelúcia, bolinhas com corda, argolas, ossos de borracha, lanterna laser e etc.
Para finalizar este artigo temos que ter em mente que os exercícios devem ser feitos não só pelos cães, mas pelos humanos também, a cada dia que passa mais doenças aparecem nos humanos e nos cães por falta de exercícios. O aumento da obesidade, das doenças cardíacas, problemas na coluna entre outras, poderiam ser evitados se humanos e cães se exercitassem regularmente.
Então que tal colocar uma roupa e um tênis confortável e sair com seu amigão para ter ótimos momentos de relaxamento e diversão? Só não se esqueça de levar uma garrafa de água para você e seu peludo e de um saquinho para retirar a sujeira deixada por seu companheiro. Nada mais chato do que pisar em cocô de cachorro na rua!
Bom exercício e divirta-se!! Espero que gostem!
Beatriz Duarte
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda
beatriz@lordcao.com.br
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Copyright 2008 - Beatriz Duarte - Todos os direitos reservados.
Este artigo está registrado na Biblioteca Nacional e tem seus direitos autorais protegidos por lei. É permitida a sua reprodução desde que sejam colocados os créditos de autoria e um link para www.lordcao.com.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Xixi por submissão
Continuando o post anterior, segue outra versão completa de um dos nossos artigos. Nesse caso, foi uma resposta para a dúvida de uma leitora da revista em questão. O sobrenome da leitora foi omitido aqui por questões de privacidade.
Artigo escrito para a Revista Cães & Cia em agosto de 2008
"XIXI POR SUBMISSÃO"
Pergunta: Nossa cadela Brisa é uma vira-lata de mais ou menos 4 meses. Eu e meu marido a pegamos para adoção por que sabíamos que, nas condições dela, ninguém mais o faria. Ela é cinza, de porte pequeno, magrinha e extremamente medrosa com pessoas, talvez devido a maus tratos antes de ser abandonada e ir para a casa de uma das protetoras. Tenho outros seis cães no meu sítio, quatro deles adotados, e ela se dá bem com todos. A questão é que, mesmo comigo, a quem ela procura proteção, ao ver minha aproximação para pegá-la no colo para, por exemplo, pesá-la, ela faz xixi por medo. Não posso nem chegar perto dela brincando com a voz que ela acha que vou agredi-la e, mais xixi. Em relação ao procedimento normal de urinar ela está aprendendo a ir para a caixinha com o jornal. Como devo proceder para fazê-la entender que ela não precisa ter medo a ponto de se urinar, visto que ela não está mais em perigo? Como adestrá-la para continuar urinando e fazendo suas outras necessidades aonde deve sem que o medo dela aumente?
Vanessa, Rio de Janeiro.
Resposta: Oi Vanessa! Parabéns pelas adoções! Alguns cachorrinhos são naturalmente mais medrosos do que outros, principalmente se sofreram tanto em tão pouco tempo de vida. O xixi que a sua pequena faz é um gesto de submissão muito cordial no mundo canino, um sinal de que ela aceita a liderança de vocês. Normalmente esse tipo de comportamento vai diminuindo aos poucos até acabar por completo, à medida que o cachorro vai crescendo e sentindo mais confiança em si mesmo e no novo ambiente. A melhor maneira de lidar com isso é simplesmente ignorando o ato, sem brigar e também sem dizer coisas do tipo "está tudo bem". Tente evitar se aproximar da cadela, deixe-a no cantinho dela sossegada e espere que ela tome a iniciativa de vir até você. Quando isso acontecer, evite movimentos bruscos, abaixe-se para ficar menos intimidadora, não olhe a pequena diretamente nos olhos e procure falar com ela num tom de voz calmo. Com o tempo ela vai adquirir mais confiança e vai começar a se soltar, mas isso pode levar alguns meses. Tenha muita paciência e trate-a sempre com carinho, que ela vai retribuir o seu amor quando estiver pronta para isso. Assim que ela estiver liberada pelo veterinário, comece fazendo passeios calmos na rua, para que ela possa conhecer novos lugares, pessoas, animais, sons, cheiros e superfícies. Isso ajudará a aumentar a autoconfiança da peludinha. Quanto ao xixi e cocô de necessidade fisiológica, continue treinando devagar, sem pressa, lembrando de recompensá-la sempre que ela fizer no local certo e de ignorar os erros. Evite a todo custo brigar com a pequena, para que ela não fique mais assustada ainda.
Boa sorte!
Escrito por:
Sandra Régia - 2008
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda.
sandra@lordcao.com.br
Fones: (81) 3341-1472 ou (81) 9994-5631
http://www.lordcao.com.br/
(É permitida a reprodução do artigo sem alterações desde que sejam colocados o nome da autora e o link para a webpage da Lord Cão)
UPDADE: O artigo foi publicado na Revista Cães & Cia número 352 de setembro de 2008. Cliquem nas imagens para ampliar.
Artigo escrito para a Revista Cães & Cia em agosto de 2008
"XIXI POR SUBMISSÃO"
Pergunta: Nossa cadela Brisa é uma vira-lata de mais ou menos 4 meses. Eu e meu marido a pegamos para adoção por que sabíamos que, nas condições dela, ninguém mais o faria. Ela é cinza, de porte pequeno, magrinha e extremamente medrosa com pessoas, talvez devido a maus tratos antes de ser abandonada e ir para a casa de uma das protetoras. Tenho outros seis cães no meu sítio, quatro deles adotados, e ela se dá bem com todos. A questão é que, mesmo comigo, a quem ela procura proteção, ao ver minha aproximação para pegá-la no colo para, por exemplo, pesá-la, ela faz xixi por medo. Não posso nem chegar perto dela brincando com a voz que ela acha que vou agredi-la e, mais xixi. Em relação ao procedimento normal de urinar ela está aprendendo a ir para a caixinha com o jornal. Como devo proceder para fazê-la entender que ela não precisa ter medo a ponto de se urinar, visto que ela não está mais em perigo? Como adestrá-la para continuar urinando e fazendo suas outras necessidades aonde deve sem que o medo dela aumente?
Vanessa, Rio de Janeiro.
Resposta: Oi Vanessa! Parabéns pelas adoções! Alguns cachorrinhos são naturalmente mais medrosos do que outros, principalmente se sofreram tanto em tão pouco tempo de vida. O xixi que a sua pequena faz é um gesto de submissão muito cordial no mundo canino, um sinal de que ela aceita a liderança de vocês. Normalmente esse tipo de comportamento vai diminuindo aos poucos até acabar por completo, à medida que o cachorro vai crescendo e sentindo mais confiança em si mesmo e no novo ambiente. A melhor maneira de lidar com isso é simplesmente ignorando o ato, sem brigar e também sem dizer coisas do tipo "está tudo bem". Tente evitar se aproximar da cadela, deixe-a no cantinho dela sossegada e espere que ela tome a iniciativa de vir até você. Quando isso acontecer, evite movimentos bruscos, abaixe-se para ficar menos intimidadora, não olhe a pequena diretamente nos olhos e procure falar com ela num tom de voz calmo. Com o tempo ela vai adquirir mais confiança e vai começar a se soltar, mas isso pode levar alguns meses. Tenha muita paciência e trate-a sempre com carinho, que ela vai retribuir o seu amor quando estiver pronta para isso. Assim que ela estiver liberada pelo veterinário, comece fazendo passeios calmos na rua, para que ela possa conhecer novos lugares, pessoas, animais, sons, cheiros e superfícies. Isso ajudará a aumentar a autoconfiança da peludinha. Quanto ao xixi e cocô de necessidade fisiológica, continue treinando devagar, sem pressa, lembrando de recompensá-la sempre que ela fizer no local certo e de ignorar os erros. Evite a todo custo brigar com a pequena, para que ela não fique mais assustada ainda.
Boa sorte!
Escrito por:
Sandra Régia - 2008
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda.
sandra@lordcao.com.br
Fones: (81) 3341-1472 ou (81) 9994-5631
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(É permitida a reprodução do artigo sem alterações desde que sejam colocados o nome da autora e o link para a webpage da Lord Cão)
UPDADE: O artigo foi publicado na Revista Cães & Cia número 352 de setembro de 2008. Cliquem nas imagens para ampliar.
Como interpretar as atitudes do seu cachorro
Nós, as treinadoras da Lord Cão, somos com freqüência entrevistadas por jornalistas ou convidadas a escrever artigos sobre cães, para serem publicados em jornais, revistas e outros sites. Sempre contribuímos com grande prazer, pois um dos principais trabalhos da Lord Cão é distribuir conhecimento, objetivando ajudar o máximo de pessoas possível. Algumas de nossas aparições na mídia podem ser conferidas aqui mesmo no blog, na seção "Na mídia" que fica do lado direito da tela.
Entretanto, devido às óbvias limitações de espaço (principalmente em jornais e revistas), nem sempre os nossos artigos são reproduzidos na íntegra. Nesses casos, é necessário resumir o texto para que possa caber na área que foi destinada para ele. Quando isso acontece, sempre nos sentimos como o autor que teve seu livro transformado em filme. Não dá para reproduzir na tela tudo o que está escrito no papel, não é mesmo? Mas isso dá uma peninha... Hehehe!!!
Foi por causa disso que resolvemos abrir um espaço aqui no blog para publicar as versões completas de alguns dos nossos artigos. E, sempre que estiver disponível, um link para a versão como foi publicada será incluído na seção "Na mídia". Um desses artigos está reproduzido abaixo. Espero que gostem!
Artigo escrito para a Revista Sendas (do grupo CompreBem) em julho de 2008
"COMO INTERPRETAR AS ATITUDES DO SEU CACHORRO"
Aprender a "ler" o seu próprio cachorro, ou seja, a interpretar os comportamentos caninos, é uma das ferramentas mais importantes que os donos de cães devem aprender, para facilitar a convivência. Da mesma forma como nós humanos, cada cão tem uma personalidade diferente, e portanto reage de forma diferente aos mesmos estímulos. Por causa disso, o aprendizado no dia-a-dia é fundamental, pois a convivência ao longo dos anos nos ensina os hábitos e manias dos nossos amigos peludos. Conhecendo o comportamento rotineiro deles, podemos identificar mais facilmente as reações típicas para cada situação.
Entretanto, existem algumas atitudes que podem ser observadas na maioria dos cachorros, e é exatamente esse o assunto dessa matéria. Vamos listar aqui as reações mais típicas para alguns dos comportamentos mais freqüentes dos cães. Mas é importante frisar que, para "ler" de forma correta um cachorro, é preciso analisar todo o conjunto da postura que ele está apresentando no momento. Considerar um rabinho abanando como sinal de felicidade é um erro muito comum e que pode levar a conclusões totalmente contrárias à realidade. Um rabo abanando pode significar uma gama grande de emoções, dentre elas a felicidade, sem dúvida, mas também a agressividade e a dominância. Portanto, para correr um risco menor de errar, a melhor saída é examinar o bicho como um todo, e se deter mais especificamente na cabeça, que é a extremidade que tem dentes!
• ANTES DE MORDER
Os sinais de agressividade são normalmente claros o suficiente. Dentes à mostra, rosnados e/ou latidos, corpo ligeiramente posicionado para trás, olhar fixo. Além disso, nos cães de pelagem curta ainda podemos visualizar mais claramente o eriçar dos pêlos das costas, que ficam em pé. Esse conjunto todo funciona como um sinal de alerta, antes da mordida propriamente dita. Mas nem todos os cachorros são assim tão claros em suas demonstrações de agressividade. Alguns apenas levantam os lábios e rosnam baixinho. Outros simplesmente mudam o olhar, que fica muito fixo e sério. E há ainda os que demonstram sinais tão sutis que são quase imperceptíveis. É como se eles pulassem as "preliminares" e fossem direto para a mordida. A forma de reagir depende do cachorro, da raça e do tipo de agressividade. Há cães que mordem por dominância, outros por medo, ou ainda para defender o território, só para citar alguns exemplos.
• QUANDO ESTÁ DOENTE
O primeiro sintoma de problemas de saúde é uma mudança brusca no comportamento rotineiro. Um cachorro muito dócil que fica agressivo de repente, ou um cachorro que sempre fez xixi no lugar certo e de uma hora para outra começa a errar, podem ser sinais de que alguma coisa está errada. Devemos investigar também quando o peludo pára de comer, de beber água ou de fazer as necessidades. Se o cão está com dor na pata, como no caso de uma unha quebrada ou de um espinho encravado, ele costuma lamber incessantemente o local. Dor nos ouvidos normalmente faz o peludo sacudir muito a cabeça e coçar a região com uma freqüência acima do normal. Se vier acompanhado de cheiro forte e secreção escura nos ouvidos, pode ser indício de otite. Dor interna, como a causada por gastrite ou gases, pode resultar em arqueamento das costas e inquietação, ou seja, o cachorro não permanece deitado num mesmo lugar por muito tempo.
• ESTRESSADO OU ANSIOSO
Xixis e cocôs fora do lugar podem indicar diversas coisas, dentre elas estresse. Um cachorro que acompanha o dono por todos os cantos da casa, como uma sombra, sofre muito quando precisa ficar sozinho. Ao contrário do que muita gente pensa, viver grudado nos donos, querendo colo o tempo inteiro, não é nada saudável para o bicho, que pode terminar desenvolvendo Ansiedade de Separação. Os cães que apresentam esse problema sofrem horrores sempre que os donos precisam se ausentar, seja por um dia inteiro ou por apenas alguns minutos (por não terem noção de tempo, eles não percebem a diferença). Os sintomas variam desde pequenos choramingos a verdadeiros escândalos sonoros, por vezes acompanhados de destruição da casa ou de si mesmos (lamber-se sem parar até causar feridas) e de muitos xixis nos lugares errados.
• TENSO OU NERVOSO
Os cães podem ficar tensos por diversos motivos, dentre eles medo e submissão. Como o próprio nome sugere, um cachorro tenso mantém retesados diversos músculos do corpo. Alguns cães, por exemplo, comprimem os lábios e quase chegam a fazer um "biquinho". Outros, ao contrário, esticam os lábios para trás como se fosse um sorriso. Há também aqueles que ainda transpiram pelas almofadas das patas, da mesma forma que há humanos que suam as mãos. Alguns cachorros demonstram medo se encolhendo inteiros, abaixando o rabo e às vezes fazendo xixi. Outros usam a velha abordagem que diz que o ataque é a melhor defesa, e quando estão com medo demonstram sinais de agressividade. Existem até aqueles que, quando estão nervosos, começam a tremer da cabeça aos pés. A submissão apresenta sinais parecidos com os do medo, sendo que alguns cães ainda levantam uma das patas ou viram totalmente de barriga para cima.
• QUANDO QUER BRINCAR
A pose tradicional de um cachorro que está convidando para uma boa brincadeira é abaixar as patas da frente e levantar a parte de trás, como se estivesse se espreguiçando. Há os que são mais diretos e simplesmente trazem na boca o seu brinquedo preferido. Outros colocam a cabeça no colo do dono e fazem aquele bom e velho olhar que diz: "brinca comigo". Alguns são menos discretos (e mais mandões) e literalmente cutucam os donos com uma das patas (nem um pouco agradável). Os mais efusivos ficam dando pulinhos de um lado para outro, ou até mesmo pulões de fazer inveja aos melhores ginastas. Seja como for, brincar com o peludo é importante, além de muito legal, e observar dois ou mais cães brincando é igualmente divertido. A brincadeira deles pode parecer "bruta" aos nossos olhos, mas prestando atenção dá para notar que as mordidas são de mentirinha e que eles quase não fecham a boca. Quando um se excede mais do que devia, o outro encerra imediatamente a brincadeira e assim eles vão aprendendo a dosar a força.
Para escrever tudo o que há para ser dito sobre o comportamento canino, mesmo de forma resumida, seriam necessários vários livros daqueles bem pesados. Os tópicos acima dão uma idéia geral das principais atitudes que podemos observar nos nossos amigos de quatro patas. As emoções dos cães são muito mais básicas do que as nossas, e elas se fundamentam em instintos herdados há muitas e muitas gerações. Sendo assim, é correto afirmar que os cães sentem medo, dor (física ou emocional), lealdade e respeito, por exemplo. Mas não é certo dizer que eles demonstram sentimentos complexos (e na maioria das vezes negativos), como ciúme, culpa e vingança, tão típicos dos humanos.
O que é interpretado como ciúme, na verdade é posse. O cão se considera o legítimo proprietário e possuidor de todos os direitos sobre determinado objeto ou sobre determinada pessoa, permitindo ou proibindo a aproximação de terceiros. O que é interpretado como culpa, na verdade é submissão, o cão simplesmente reage àquela postura do dono. O cachorro sabe que um olhar de raiva significa uma baita bronca, e tenta (inutilmente, tadinho) aplacar a ira do dono com uma postura submissa. E a tão erroneamente famosa vingança é na realidade estresse ou dominância. Aquele xixi fora do lugar pode indicar que o peludo tem Ansiedade de Separação ou até que ele se acha o dono do pedaço.
Os cães são incrivelmente inteligentes, da maneira deles (é complicado comparar inteligências entre espécies diferentes). Eles aprendem a "ler" os humanos muito melhor do que nós mesmos sabemos, porque eles são bastante observadores. Diversos pequenos sinais que fazemos automaticamente, como franzir a testa e cerrar os punhos quando estamos com raiva, são um letreiro em neon para os cães. Eles aprendem em pouco tempo a associar os nossos gestos, posturas corporais e expressões faciais com as atitudes que tomamos em seguida, e simplesmente reagem de acordo. Para a maioria dos cachorros, a coleira e a guia significam um bom passeio, e eles demonstram felicidade e euforia. Já para outros, esses mesmos objetos são o indício de uma visita ao veterinário (coitados, vivem presos num mundinho limitado dentro de paredes e muros), e eles se escondem com medo.
O aprendizado dos cães é baseado em associações, em tentativas, erros e acertos. Uma associação que gera um resultado positivo e prazeroso para o cachorro fica fixada de forma intensa na memória, e tende a ser repetida até se tornar um hábito. Por exemplo, se ele ganhar um petisco todas as vezes que fizer xixi no lugar certo, vai tentar acertar cada vez mais. De forma contrária, uma associação que gera um resultado negativo para o cachorro tende a ser abandonada e esquecida. É por isso que o treinamento com recompensa (petisco, "muito bem", brinquedo ou carinho) é muito mais produtivo do que o treinamento com punição.
É importante frisar que a associação só acontece como desejado se a causa e o efeito distarem entre si de no máximo poucos segundos. Ou seja, só adianta recompensar ou reclamar com o cachorro durante ou imediatamente após o ato. Passados ínfimos 5 segundos, o cachorro já fará a associação (positiva ou negativa) com o próximo evento qualquer que vier a seguir. Em outras palavras, não adianta absolutamente nada o dono brigar com o cachorro quando chega em casa e encontra um xixi no lugar errado. O cachorro vai associar a bronca com a chegada do dono e não com o xixi no tapete.
Escrito por:
Sandra Régia - 2008
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda.
sandra@lordcao.com.br
Fones: (81) 3341-1472 ou (81) 9994-5631
http://www.lordcao.com.br/
(Este artigo está registrado na Biblioteca Nacional e tem seus direitos autorais protegidos por lei. É permitida a sua reprodução sem alterações desde que sejam colocados o nome da autora e o link para a webpage da Lord Cão)
UPDADE: O artigo foi publicado na Revista Sendas número 39 de agosto de 2008. Cliquem na imagem para ampliar.
Entretanto, devido às óbvias limitações de espaço (principalmente em jornais e revistas), nem sempre os nossos artigos são reproduzidos na íntegra. Nesses casos, é necessário resumir o texto para que possa caber na área que foi destinada para ele. Quando isso acontece, sempre nos sentimos como o autor que teve seu livro transformado em filme. Não dá para reproduzir na tela tudo o que está escrito no papel, não é mesmo? Mas isso dá uma peninha... Hehehe!!!
Foi por causa disso que resolvemos abrir um espaço aqui no blog para publicar as versões completas de alguns dos nossos artigos. E, sempre que estiver disponível, um link para a versão como foi publicada será incluído na seção "Na mídia". Um desses artigos está reproduzido abaixo. Espero que gostem!
Artigo escrito para a Revista Sendas (do grupo CompreBem) em julho de 2008
"COMO INTERPRETAR AS ATITUDES DO SEU CACHORRO"
Aprender a "ler" o seu próprio cachorro, ou seja, a interpretar os comportamentos caninos, é uma das ferramentas mais importantes que os donos de cães devem aprender, para facilitar a convivência. Da mesma forma como nós humanos, cada cão tem uma personalidade diferente, e portanto reage de forma diferente aos mesmos estímulos. Por causa disso, o aprendizado no dia-a-dia é fundamental, pois a convivência ao longo dos anos nos ensina os hábitos e manias dos nossos amigos peludos. Conhecendo o comportamento rotineiro deles, podemos identificar mais facilmente as reações típicas para cada situação.
Entretanto, existem algumas atitudes que podem ser observadas na maioria dos cachorros, e é exatamente esse o assunto dessa matéria. Vamos listar aqui as reações mais típicas para alguns dos comportamentos mais freqüentes dos cães. Mas é importante frisar que, para "ler" de forma correta um cachorro, é preciso analisar todo o conjunto da postura que ele está apresentando no momento. Considerar um rabinho abanando como sinal de felicidade é um erro muito comum e que pode levar a conclusões totalmente contrárias à realidade. Um rabo abanando pode significar uma gama grande de emoções, dentre elas a felicidade, sem dúvida, mas também a agressividade e a dominância. Portanto, para correr um risco menor de errar, a melhor saída é examinar o bicho como um todo, e se deter mais especificamente na cabeça, que é a extremidade que tem dentes!
• ANTES DE MORDER
Os sinais de agressividade são normalmente claros o suficiente. Dentes à mostra, rosnados e/ou latidos, corpo ligeiramente posicionado para trás, olhar fixo. Além disso, nos cães de pelagem curta ainda podemos visualizar mais claramente o eriçar dos pêlos das costas, que ficam em pé. Esse conjunto todo funciona como um sinal de alerta, antes da mordida propriamente dita. Mas nem todos os cachorros são assim tão claros em suas demonstrações de agressividade. Alguns apenas levantam os lábios e rosnam baixinho. Outros simplesmente mudam o olhar, que fica muito fixo e sério. E há ainda os que demonstram sinais tão sutis que são quase imperceptíveis. É como se eles pulassem as "preliminares" e fossem direto para a mordida. A forma de reagir depende do cachorro, da raça e do tipo de agressividade. Há cães que mordem por dominância, outros por medo, ou ainda para defender o território, só para citar alguns exemplos.
• QUANDO ESTÁ DOENTE
O primeiro sintoma de problemas de saúde é uma mudança brusca no comportamento rotineiro. Um cachorro muito dócil que fica agressivo de repente, ou um cachorro que sempre fez xixi no lugar certo e de uma hora para outra começa a errar, podem ser sinais de que alguma coisa está errada. Devemos investigar também quando o peludo pára de comer, de beber água ou de fazer as necessidades. Se o cão está com dor na pata, como no caso de uma unha quebrada ou de um espinho encravado, ele costuma lamber incessantemente o local. Dor nos ouvidos normalmente faz o peludo sacudir muito a cabeça e coçar a região com uma freqüência acima do normal. Se vier acompanhado de cheiro forte e secreção escura nos ouvidos, pode ser indício de otite. Dor interna, como a causada por gastrite ou gases, pode resultar em arqueamento das costas e inquietação, ou seja, o cachorro não permanece deitado num mesmo lugar por muito tempo.
• ESTRESSADO OU ANSIOSO
Xixis e cocôs fora do lugar podem indicar diversas coisas, dentre elas estresse. Um cachorro que acompanha o dono por todos os cantos da casa, como uma sombra, sofre muito quando precisa ficar sozinho. Ao contrário do que muita gente pensa, viver grudado nos donos, querendo colo o tempo inteiro, não é nada saudável para o bicho, que pode terminar desenvolvendo Ansiedade de Separação. Os cães que apresentam esse problema sofrem horrores sempre que os donos precisam se ausentar, seja por um dia inteiro ou por apenas alguns minutos (por não terem noção de tempo, eles não percebem a diferença). Os sintomas variam desde pequenos choramingos a verdadeiros escândalos sonoros, por vezes acompanhados de destruição da casa ou de si mesmos (lamber-se sem parar até causar feridas) e de muitos xixis nos lugares errados.
• TENSO OU NERVOSO
Os cães podem ficar tensos por diversos motivos, dentre eles medo e submissão. Como o próprio nome sugere, um cachorro tenso mantém retesados diversos músculos do corpo. Alguns cães, por exemplo, comprimem os lábios e quase chegam a fazer um "biquinho". Outros, ao contrário, esticam os lábios para trás como se fosse um sorriso. Há também aqueles que ainda transpiram pelas almofadas das patas, da mesma forma que há humanos que suam as mãos. Alguns cachorros demonstram medo se encolhendo inteiros, abaixando o rabo e às vezes fazendo xixi. Outros usam a velha abordagem que diz que o ataque é a melhor defesa, e quando estão com medo demonstram sinais de agressividade. Existem até aqueles que, quando estão nervosos, começam a tremer da cabeça aos pés. A submissão apresenta sinais parecidos com os do medo, sendo que alguns cães ainda levantam uma das patas ou viram totalmente de barriga para cima.
• QUANDO QUER BRINCAR
A pose tradicional de um cachorro que está convidando para uma boa brincadeira é abaixar as patas da frente e levantar a parte de trás, como se estivesse se espreguiçando. Há os que são mais diretos e simplesmente trazem na boca o seu brinquedo preferido. Outros colocam a cabeça no colo do dono e fazem aquele bom e velho olhar que diz: "brinca comigo". Alguns são menos discretos (e mais mandões) e literalmente cutucam os donos com uma das patas (nem um pouco agradável). Os mais efusivos ficam dando pulinhos de um lado para outro, ou até mesmo pulões de fazer inveja aos melhores ginastas. Seja como for, brincar com o peludo é importante, além de muito legal, e observar dois ou mais cães brincando é igualmente divertido. A brincadeira deles pode parecer "bruta" aos nossos olhos, mas prestando atenção dá para notar que as mordidas são de mentirinha e que eles quase não fecham a boca. Quando um se excede mais do que devia, o outro encerra imediatamente a brincadeira e assim eles vão aprendendo a dosar a força.
Para escrever tudo o que há para ser dito sobre o comportamento canino, mesmo de forma resumida, seriam necessários vários livros daqueles bem pesados. Os tópicos acima dão uma idéia geral das principais atitudes que podemos observar nos nossos amigos de quatro patas. As emoções dos cães são muito mais básicas do que as nossas, e elas se fundamentam em instintos herdados há muitas e muitas gerações. Sendo assim, é correto afirmar que os cães sentem medo, dor (física ou emocional), lealdade e respeito, por exemplo. Mas não é certo dizer que eles demonstram sentimentos complexos (e na maioria das vezes negativos), como ciúme, culpa e vingança, tão típicos dos humanos.
O que é interpretado como ciúme, na verdade é posse. O cão se considera o legítimo proprietário e possuidor de todos os direitos sobre determinado objeto ou sobre determinada pessoa, permitindo ou proibindo a aproximação de terceiros. O que é interpretado como culpa, na verdade é submissão, o cão simplesmente reage àquela postura do dono. O cachorro sabe que um olhar de raiva significa uma baita bronca, e tenta (inutilmente, tadinho) aplacar a ira do dono com uma postura submissa. E a tão erroneamente famosa vingança é na realidade estresse ou dominância. Aquele xixi fora do lugar pode indicar que o peludo tem Ansiedade de Separação ou até que ele se acha o dono do pedaço.
Os cães são incrivelmente inteligentes, da maneira deles (é complicado comparar inteligências entre espécies diferentes). Eles aprendem a "ler" os humanos muito melhor do que nós mesmos sabemos, porque eles são bastante observadores. Diversos pequenos sinais que fazemos automaticamente, como franzir a testa e cerrar os punhos quando estamos com raiva, são um letreiro em neon para os cães. Eles aprendem em pouco tempo a associar os nossos gestos, posturas corporais e expressões faciais com as atitudes que tomamos em seguida, e simplesmente reagem de acordo. Para a maioria dos cachorros, a coleira e a guia significam um bom passeio, e eles demonstram felicidade e euforia. Já para outros, esses mesmos objetos são o indício de uma visita ao veterinário (coitados, vivem presos num mundinho limitado dentro de paredes e muros), e eles se escondem com medo.
O aprendizado dos cães é baseado em associações, em tentativas, erros e acertos. Uma associação que gera um resultado positivo e prazeroso para o cachorro fica fixada de forma intensa na memória, e tende a ser repetida até se tornar um hábito. Por exemplo, se ele ganhar um petisco todas as vezes que fizer xixi no lugar certo, vai tentar acertar cada vez mais. De forma contrária, uma associação que gera um resultado negativo para o cachorro tende a ser abandonada e esquecida. É por isso que o treinamento com recompensa (petisco, "muito bem", brinquedo ou carinho) é muito mais produtivo do que o treinamento com punição.
É importante frisar que a associação só acontece como desejado se a causa e o efeito distarem entre si de no máximo poucos segundos. Ou seja, só adianta recompensar ou reclamar com o cachorro durante ou imediatamente após o ato. Passados ínfimos 5 segundos, o cachorro já fará a associação (positiva ou negativa) com o próximo evento qualquer que vier a seguir. Em outras palavras, não adianta absolutamente nada o dono brigar com o cachorro quando chega em casa e encontra um xixi no lugar errado. O cachorro vai associar a bronca com a chegada do dono e não com o xixi no tapete.
Escrito por:
Sandra Régia - 2008
Treinadora Especialista em Comportamento Canino
Lord Cão - Treinamento de Cães Ltda.
sandra@lordcao.com.br
Fones: (81) 3341-1472 ou (81) 9994-5631
http://www.lordcao.com.br/
(Este artigo está registrado na Biblioteca Nacional e tem seus direitos autorais protegidos por lei. É permitida a sua reprodução sem alterações desde que sejam colocados o nome da autora e o link para a webpage da Lord Cão)
UPDADE: O artigo foi publicado na Revista Sendas número 39 de agosto de 2008. Cliquem na imagem para ampliar.
sábado, 30 de agosto de 2008
O que os bichos pensam?
Do site da Revista Época. A reportagem é bastante extensa e bem completa, mas aqui só reproduzimos algumas partes.
Novas pesquisas mostram que os animais são mais inteligentes do que se imagina. Alguns dão até sinais de consciência.
Brown é um dos 15 cães golden retriever do casal de criadores Márcio e Cecília Leite, de São Paulo. Um dos melhores representantes da raça: obediente, calmo e pouco afeito a latidos. Mas naquele 12 de outubro de 2006 nenhum de seus tratadores entendeu por que ele havia entrado em casa tão agitado, latindo e pulando nas paredes. Nem por que estava solto, fora de seu canil. Eles não sabiam que o cachorro tinha saído para passear com seu dono, Márcio. Era a primeira vez que Brown, um cão de competições de beleza, aventurava suas patas douradas pelas ruas do condomínio. A alegria do passeio acabou quando Márcio tropeçou e caiu em uma ribanceira, a 2 quilômetros de casa. Brown tentou levantá-lo. Como não conseguiu, foi buscar ajuda em casa. Ninguém lhe deu atenção. Márcio foi encontrado pela segurança do condomínio. As fraturas no rosto causadas pelo tombo e outras complicações lhe renderam 28 dias de hospital. Seis sedado. Só quando recobrou a consciência pôde desfazer o boato que corria entre médicos e enfermeiras: Brown não era o “cão que atacara” o próprio dono. “Ele tentou me salvar.”
A atitude de Brown não é só uma emocionante demonstração de afeto. Mostra o que muitos donos de bicho de estimação desconfiam, e que novas pesquisas científicas estão começando a constatar. Os animais são mais inteligentes do que parece. Um tipo de inteligência bem parecida com a nossa. O imaginário construído em torno da idéia do filósofo francês René Descartes, no século XVII – de que os animais seriam como máquinas, desprovidos de emoção e pensamento –, persistiu até o século XX. Mas foi definitivamente sepultado por estudos recentes, como o publicado em março por cientistas da Universidade Saint Andrews, na Escócia. Eles confirmaram que os animais não estão tão distantes de nós em uma habilidade considerada exclusivamente humana: a linguagem.
CÃO-HERÓI: Brown brinca sob a supervisão de Márcio e sua mulher, Cecília. O cão achou o caminho de casa para pedir que alguém socorresse o dono
“Nós subestimamos a capacidade dos animais por muito tempo”, diz Irene Pepperberg, pesquisadora da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, uma das pioneiras no estudo da inteligência animal. Irene adora contar como outros pesquisadores reagiram quando ela anunciou que pretendia ensinar o papagaio Alex a falar. Eles queriam saber o que ela havia fumado. Parecia loucura, mas ela só queria que a ave pudesse lhe contar como pensava. Sua idéia deu tão certo que o papagaio aprendeu a contar e a diferenciar conceitos como cor, formato e material. Olhando seus brinquedos, ele sabia responder qual chave era maior, a verde ou a amarela. “Green” (verde), dizia.
O talento de Alex mostra que elementos de nossa inteligência não são exclusivos aos humanos. “Formas avançadas de processar informações estão em muitas criaturas”, afirma Irene. “Durante a evolução, tanto animais como seres humanos estavam sujeitos às mesmas pressões ambientais, que selecionaram essas características.” Entender como os animais pensam pode ajudar a revelar por que os seres humanos desenvolveram uma mente tão complexa.
A origem da linguagem é uma das questões mais intrigantes. Até onde se sabe, apenas os seres humanos possuem tal sistema. Somos capazes de dar nomes para as coisas que vemos no mundo e ainda podemos relacioná-los em uma frase, com termos sem significado concreto (como preposições e artigos). Dependendo da ordenação desses elementos, produzimos múltiplos significados. Graças a esse sistema podemos transmitir idéias abstratas, como a noção de passado, presente e futuro.
Experiências com outros primatas, nossos parentes mais próximos na escala evolutiva, tentaram verificar se eles seriam capazes de aprender nossa linguagem. Os estudos ficaram famosos porque era irresistível ver chimpanzés usando a linguagem de sinais, a mesma usada por pessoas surdas. E eles tinham certo talento. Nim Chimpsky, um chimpanzé criado por pesquisadores americanos, fazia o gesto de “sujeira” (seu jeito de pedir para ir ao banheiro) só para escapar das aulas. A fêmea Washoe surpreendeu seus criadores ao unir os sinais de ave e água (ave da água) para se referir a um cisne.
As pesquisas causaram entusiasmo na década de 1970, mas logo os pesquisadores descobriram que os animais eram apenas bons aprendizes. E que tinham uma grande capacidade para se comunicar. Porém, nunca poderiam aprender a usar as palavras como os seres humanos. Talvez falte ao cérebro deles aquilo que nos faz capaz de ter linguagem (e que até hoje a ciência não sabe exatamente o que é). Os chimpanzés haviam aprendido alguns sinais e até os combinavam aleatoriamente. Mas sem consciência do significado exato.
É por isso que um cachorro, uma criatura mais distante do ser humano na escala evolutiva, embasbacou cientistas. Há quatro anos, o cão Rico, da Alemanha, deu indícios de que talvez as bases do tipo de raciocínio que usamos para aprender a linguagem também tenham surgido em outras espécies. Rico, um border collie, usava o mesmo processo mental que as crianças humanas para aprender palavras novas. O dono apresentava a ele vários brinquedos, entre os quais apenas um era novidade. E pedia para que o cão pegasse justamente o objeto desconhecido. Rico inferia que aquele som novo só podia corresponder ao brinquedo que ainda não tinha nome. Assim ele aprendeu mais de 200 palavras.
“Por enquanto, só encontramos essa habilidade em um único cão”, diz Juliane Kaminski, pesquisadora do Max Planck Institute, o centro alemão que estudou Rico. “Mas já é suficiente para dizer que essa técnica de aprendizado não é exclusiva dos humanos.” Rico morreu aos 12 anos, no ano passado. O significado de seu talento ainda gera discussão. Há quem afirme que o cachorro não tinha nenhuma técnica inata para associar sons a objetos. Apenas teria uma grande capacidade de raciocínio, adaptado para aquela tarefa.
As habilidades de Alex e Rico podem nos fazer considerar a maneira como tratamos os animais. Mas nenhuma outra capacidade tem tanto potencial para elevar o status dos bichos entre os seres humanos quanto a consciência. Admitir que um animal é capaz de reconhecer sua individualidade e de entender seu papel em um ambiente significa mudar a forma como os seres humanos sempre usaram os animais. Como continuar abatendo bois para comer? Como sacrificar macacos para testar remédios em laboratórios? Nenhuma pesquisa provou que os animais têm nosso nível de consciência, mas estudos sugerem que eles têm algum tipo de entendimento sobre a própria identidade.
Dois golfinhos do Aquário de Nova York, que tinham como hábito se admirar nas paredes espelhadas do aquário, chamaram a atenção pela atitude. Reconhecer o próprio reflexo no espelho é considerado um indício de consciência porque mostra compreensão de identidade. Parece uma capacidade banal, mas os bebês humanos só a adquirem entre os 18 meses e os 2 anos de idade, fase que coincide com o início do desenvolvimento de idéias abstratas (como a percepção da própria individualidade).
Não deixa de ser perturbador perceber que elementos da inteligência humana também podem ser encontrados em outras criaturas. Não somos o prodígio que pensávamos? “Nenhuma outra espécie reúne todas as capacidades que caracterizam a inteligência humana”, afirma o neurofisiologista Gilberto Xavier, professor da Universidade de São Paulo (USP). Apenas os seres humanos são capazes de recombinar informações para criar um novo conhecimento. De perceber que um mesmo problema pode ser resolvido de diversas maneiras. De criar símbolos.
Isso não significa que sejamos a forma acabada da inteligência, o estágio final da evolução. “Cada animal desenvolveu o tipo de inteligência necessária para solucionar os problemas do ambiente em que vive”, afirma o etólogo Eduardo Ottoni, da USP. Eles podem, inclusive, ter habilidades mais extraordinárias que as humanas. Uma abelha é capaz de contar para suas companheiras, apenas por meio de uma dança, onde viu flores cheias de pólen. Os movimentos indicam a distância da colméia e o ângulo em relação ao Sol. Os morcegos visualizam mentalmente a localização de todos os objetos em um ambiente apenas pela emissão de sons. “A inteligência dos animais é como um raio laser, concentrada. A dos humanos é como uma lâmpada, difusa”, diz Marc Hauser, professor da Universidade Harvard, nos EUA.
Se a ciência nunca entendeu tão bem as diferenças e semelhanças entre a inteligência humana e a animal, ainda está longe de saber como elas são traduzidas física e quimicamente no cérebro. Será que os animais não têm alguns dos sistemas cerebrais responsáveis por nosso nível de consciência, pela linguagem e pela habilidade de resolver problemas? “Talvez não seja um circuito específico, mas a forma como eles interagem”, diz Hauser, da Universidade Harvard. O mais importante é que a busca por essas respostas ajuda a desmistificar os humanos como os únicos dotados de inteligência. “Paramos de discutir se os animais pensam”, diz a americana Diana Reiss. “Agora, debatemos como eles pensam.”
Quem não se comunica se trumbica
Quando a conversa está animada entre os pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, eles ouvem uma voz eletrônica dizer “casinha”. É Sofia, uma legítima vira-lata de 6 anos, pedindo atenção. A cadela foi treinada para usar um teclado eletrônico para se comunicar. Cada símbolo corresponde a uma ação: ir para a casinha, fazer xixi, beber água, brincar, comer, passear e receber carinho.
Sofia não só aprendeu a relacionar os símbolos às ações como parece ter entendido um dos princípios básicos da comunicação: alguém precisa receber a mensagem para que ela seja eficaz. Em um experimento em que tinha dois teclados sem som à disposição, Sofia sempre preferia apertar aquele que estivesse à vista dos pesquisadores. Ela também consegue fazer algumas classificações. Na primeira vez em que foi apresentada a um preá, um pequeno roedor, apertou o símbolo de comida. Quando foi repreendida, apertou o símbolo de “brinquedo”. Queria despistar os pesquisadores e receber o preá, de qualquer jeito.
As habilidades de Sofia são uma mostra dos talentos dos cães para a comunicação. Como a espécie surgiu a partir da domesticação de lobos, acredita-se que foram escolhidos os animais mais dóceis, que costumam ser mais brincalhões e curiosos – um ótimo perfil para estimular a capacidade de aprendizado. Por isso, nenhum animal se comunica tão bem com os humanos quanto os cães.
ENTREVISTA - Irene Pepperberg
Se eles fossem iguais a nós...
Uma das principais pesquisadoras de animais diz que reconhecer a inteligência deles nos obrigaria a mudar o modo como os usamos.
ÉPOCA – Por que os estudos sobre a inteligência animal causam tanta surpresa?
Irene Pepperberg – Há a crença de que os seres humanos são os mais evoluídos. Para alguns cientistas, somos o auge da evolução. Para pessoas religiosas, os homens receberam de Deus o domínio sobre tudo. Não pensamos que a vida dos animais é complexa.
ÉPOCA – Quais são as implicações de reconhecer que os animais compartilham muitas habilidades conosco?
Irene – Se realmente acreditássemos que os animais são iguais a nós, teríamos de mudar nosso estilo de vida. Precisaríamos levar mais a sério a preservação do ambiente onde eles vivem. Também seria mais difícil usá-los como fonte de carne, de couro e pele para roupas. Ou como cobaias. Mas, por outro lado, eu também tenho consciência de que só estou neste mundo porque a medicina pôde testar remédios e vacinas neles.
ÉPOCA – Como a senhora resolveu esse dilema do uso dos animais pelos humanos?
Irene – Não sou totalmente vegetariana, mas tento comer o mínimo de carne possível. Moro em Boston, onde os invernos são terríveis. Por isso, preciso de botas forradas com lã e casacos de couro. Mas tento fazer com que esses itens durem muito tempo. Uso a mesma bota há 15 anos.
ÉPOCA – A senhora considera os animais tão inteligentes quanto nós?
Irene – É muito difícil comparar a inteligência humana com a dos animais. Às vezes, eles processam um tipo de informação como nós, outras vezes de maneira completamente diferente. Alex nunca teria capacidade para ter esta conversa. Mas podia dizer o que queria, aonde queria ir, e de modo muito enfático. Ele até entendia que as palavras são formadas por pedaços de sons e os usava para formar palavras novas. Uma habilidade muito sofisticada. O mais importante é que cada vez mais entendemos do que os animais são capazes.
Novas pesquisas mostram que os animais são mais inteligentes do que se imagina. Alguns dão até sinais de consciência.
Brown é um dos 15 cães golden retriever do casal de criadores Márcio e Cecília Leite, de São Paulo. Um dos melhores representantes da raça: obediente, calmo e pouco afeito a latidos. Mas naquele 12 de outubro de 2006 nenhum de seus tratadores entendeu por que ele havia entrado em casa tão agitado, latindo e pulando nas paredes. Nem por que estava solto, fora de seu canil. Eles não sabiam que o cachorro tinha saído para passear com seu dono, Márcio. Era a primeira vez que Brown, um cão de competições de beleza, aventurava suas patas douradas pelas ruas do condomínio. A alegria do passeio acabou quando Márcio tropeçou e caiu em uma ribanceira, a 2 quilômetros de casa. Brown tentou levantá-lo. Como não conseguiu, foi buscar ajuda em casa. Ninguém lhe deu atenção. Márcio foi encontrado pela segurança do condomínio. As fraturas no rosto causadas pelo tombo e outras complicações lhe renderam 28 dias de hospital. Seis sedado. Só quando recobrou a consciência pôde desfazer o boato que corria entre médicos e enfermeiras: Brown não era o “cão que atacara” o próprio dono. “Ele tentou me salvar.”
A atitude de Brown não é só uma emocionante demonstração de afeto. Mostra o que muitos donos de bicho de estimação desconfiam, e que novas pesquisas científicas estão começando a constatar. Os animais são mais inteligentes do que parece. Um tipo de inteligência bem parecida com a nossa. O imaginário construído em torno da idéia do filósofo francês René Descartes, no século XVII – de que os animais seriam como máquinas, desprovidos de emoção e pensamento –, persistiu até o século XX. Mas foi definitivamente sepultado por estudos recentes, como o publicado em março por cientistas da Universidade Saint Andrews, na Escócia. Eles confirmaram que os animais não estão tão distantes de nós em uma habilidade considerada exclusivamente humana: a linguagem.
CÃO-HERÓI: Brown brinca sob a supervisão de Márcio e sua mulher, Cecília. O cão achou o caminho de casa para pedir que alguém socorresse o dono
“Nós subestimamos a capacidade dos animais por muito tempo”, diz Irene Pepperberg, pesquisadora da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, uma das pioneiras no estudo da inteligência animal. Irene adora contar como outros pesquisadores reagiram quando ela anunciou que pretendia ensinar o papagaio Alex a falar. Eles queriam saber o que ela havia fumado. Parecia loucura, mas ela só queria que a ave pudesse lhe contar como pensava. Sua idéia deu tão certo que o papagaio aprendeu a contar e a diferenciar conceitos como cor, formato e material. Olhando seus brinquedos, ele sabia responder qual chave era maior, a verde ou a amarela. “Green” (verde), dizia.
O talento de Alex mostra que elementos de nossa inteligência não são exclusivos aos humanos. “Formas avançadas de processar informações estão em muitas criaturas”, afirma Irene. “Durante a evolução, tanto animais como seres humanos estavam sujeitos às mesmas pressões ambientais, que selecionaram essas características.” Entender como os animais pensam pode ajudar a revelar por que os seres humanos desenvolveram uma mente tão complexa.
A origem da linguagem é uma das questões mais intrigantes. Até onde se sabe, apenas os seres humanos possuem tal sistema. Somos capazes de dar nomes para as coisas que vemos no mundo e ainda podemos relacioná-los em uma frase, com termos sem significado concreto (como preposições e artigos). Dependendo da ordenação desses elementos, produzimos múltiplos significados. Graças a esse sistema podemos transmitir idéias abstratas, como a noção de passado, presente e futuro.
Experiências com outros primatas, nossos parentes mais próximos na escala evolutiva, tentaram verificar se eles seriam capazes de aprender nossa linguagem. Os estudos ficaram famosos porque era irresistível ver chimpanzés usando a linguagem de sinais, a mesma usada por pessoas surdas. E eles tinham certo talento. Nim Chimpsky, um chimpanzé criado por pesquisadores americanos, fazia o gesto de “sujeira” (seu jeito de pedir para ir ao banheiro) só para escapar das aulas. A fêmea Washoe surpreendeu seus criadores ao unir os sinais de ave e água (ave da água) para se referir a um cisne.
As pesquisas causaram entusiasmo na década de 1970, mas logo os pesquisadores descobriram que os animais eram apenas bons aprendizes. E que tinham uma grande capacidade para se comunicar. Porém, nunca poderiam aprender a usar as palavras como os seres humanos. Talvez falte ao cérebro deles aquilo que nos faz capaz de ter linguagem (e que até hoje a ciência não sabe exatamente o que é). Os chimpanzés haviam aprendido alguns sinais e até os combinavam aleatoriamente. Mas sem consciência do significado exato.
É por isso que um cachorro, uma criatura mais distante do ser humano na escala evolutiva, embasbacou cientistas. Há quatro anos, o cão Rico, da Alemanha, deu indícios de que talvez as bases do tipo de raciocínio que usamos para aprender a linguagem também tenham surgido em outras espécies. Rico, um border collie, usava o mesmo processo mental que as crianças humanas para aprender palavras novas. O dono apresentava a ele vários brinquedos, entre os quais apenas um era novidade. E pedia para que o cão pegasse justamente o objeto desconhecido. Rico inferia que aquele som novo só podia corresponder ao brinquedo que ainda não tinha nome. Assim ele aprendeu mais de 200 palavras.
“Por enquanto, só encontramos essa habilidade em um único cão”, diz Juliane Kaminski, pesquisadora do Max Planck Institute, o centro alemão que estudou Rico. “Mas já é suficiente para dizer que essa técnica de aprendizado não é exclusiva dos humanos.” Rico morreu aos 12 anos, no ano passado. O significado de seu talento ainda gera discussão. Há quem afirme que o cachorro não tinha nenhuma técnica inata para associar sons a objetos. Apenas teria uma grande capacidade de raciocínio, adaptado para aquela tarefa.
As habilidades de Alex e Rico podem nos fazer considerar a maneira como tratamos os animais. Mas nenhuma outra capacidade tem tanto potencial para elevar o status dos bichos entre os seres humanos quanto a consciência. Admitir que um animal é capaz de reconhecer sua individualidade e de entender seu papel em um ambiente significa mudar a forma como os seres humanos sempre usaram os animais. Como continuar abatendo bois para comer? Como sacrificar macacos para testar remédios em laboratórios? Nenhuma pesquisa provou que os animais têm nosso nível de consciência, mas estudos sugerem que eles têm algum tipo de entendimento sobre a própria identidade.
Dois golfinhos do Aquário de Nova York, que tinham como hábito se admirar nas paredes espelhadas do aquário, chamaram a atenção pela atitude. Reconhecer o próprio reflexo no espelho é considerado um indício de consciência porque mostra compreensão de identidade. Parece uma capacidade banal, mas os bebês humanos só a adquirem entre os 18 meses e os 2 anos de idade, fase que coincide com o início do desenvolvimento de idéias abstratas (como a percepção da própria individualidade).
Não deixa de ser perturbador perceber que elementos da inteligência humana também podem ser encontrados em outras criaturas. Não somos o prodígio que pensávamos? “Nenhuma outra espécie reúne todas as capacidades que caracterizam a inteligência humana”, afirma o neurofisiologista Gilberto Xavier, professor da Universidade de São Paulo (USP). Apenas os seres humanos são capazes de recombinar informações para criar um novo conhecimento. De perceber que um mesmo problema pode ser resolvido de diversas maneiras. De criar símbolos.
Isso não significa que sejamos a forma acabada da inteligência, o estágio final da evolução. “Cada animal desenvolveu o tipo de inteligência necessária para solucionar os problemas do ambiente em que vive”, afirma o etólogo Eduardo Ottoni, da USP. Eles podem, inclusive, ter habilidades mais extraordinárias que as humanas. Uma abelha é capaz de contar para suas companheiras, apenas por meio de uma dança, onde viu flores cheias de pólen. Os movimentos indicam a distância da colméia e o ângulo em relação ao Sol. Os morcegos visualizam mentalmente a localização de todos os objetos em um ambiente apenas pela emissão de sons. “A inteligência dos animais é como um raio laser, concentrada. A dos humanos é como uma lâmpada, difusa”, diz Marc Hauser, professor da Universidade Harvard, nos EUA.
Se a ciência nunca entendeu tão bem as diferenças e semelhanças entre a inteligência humana e a animal, ainda está longe de saber como elas são traduzidas física e quimicamente no cérebro. Será que os animais não têm alguns dos sistemas cerebrais responsáveis por nosso nível de consciência, pela linguagem e pela habilidade de resolver problemas? “Talvez não seja um circuito específico, mas a forma como eles interagem”, diz Hauser, da Universidade Harvard. O mais importante é que a busca por essas respostas ajuda a desmistificar os humanos como os únicos dotados de inteligência. “Paramos de discutir se os animais pensam”, diz a americana Diana Reiss. “Agora, debatemos como eles pensam.”
Quem não se comunica se trumbica
Quando a conversa está animada entre os pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, eles ouvem uma voz eletrônica dizer “casinha”. É Sofia, uma legítima vira-lata de 6 anos, pedindo atenção. A cadela foi treinada para usar um teclado eletrônico para se comunicar. Cada símbolo corresponde a uma ação: ir para a casinha, fazer xixi, beber água, brincar, comer, passear e receber carinho.
Sofia não só aprendeu a relacionar os símbolos às ações como parece ter entendido um dos princípios básicos da comunicação: alguém precisa receber a mensagem para que ela seja eficaz. Em um experimento em que tinha dois teclados sem som à disposição, Sofia sempre preferia apertar aquele que estivesse à vista dos pesquisadores. Ela também consegue fazer algumas classificações. Na primeira vez em que foi apresentada a um preá, um pequeno roedor, apertou o símbolo de comida. Quando foi repreendida, apertou o símbolo de “brinquedo”. Queria despistar os pesquisadores e receber o preá, de qualquer jeito.
As habilidades de Sofia são uma mostra dos talentos dos cães para a comunicação. Como a espécie surgiu a partir da domesticação de lobos, acredita-se que foram escolhidos os animais mais dóceis, que costumam ser mais brincalhões e curiosos – um ótimo perfil para estimular a capacidade de aprendizado. Por isso, nenhum animal se comunica tão bem com os humanos quanto os cães.
ENTREVISTA - Irene Pepperberg
Se eles fossem iguais a nós...
Uma das principais pesquisadoras de animais diz que reconhecer a inteligência deles nos obrigaria a mudar o modo como os usamos.
ÉPOCA – Por que os estudos sobre a inteligência animal causam tanta surpresa?
Irene Pepperberg – Há a crença de que os seres humanos são os mais evoluídos. Para alguns cientistas, somos o auge da evolução. Para pessoas religiosas, os homens receberam de Deus o domínio sobre tudo. Não pensamos que a vida dos animais é complexa.
ÉPOCA – Quais são as implicações de reconhecer que os animais compartilham muitas habilidades conosco?
Irene – Se realmente acreditássemos que os animais são iguais a nós, teríamos de mudar nosso estilo de vida. Precisaríamos levar mais a sério a preservação do ambiente onde eles vivem. Também seria mais difícil usá-los como fonte de carne, de couro e pele para roupas. Ou como cobaias. Mas, por outro lado, eu também tenho consciência de que só estou neste mundo porque a medicina pôde testar remédios e vacinas neles.
ÉPOCA – Como a senhora resolveu esse dilema do uso dos animais pelos humanos?
Irene – Não sou totalmente vegetariana, mas tento comer o mínimo de carne possível. Moro em Boston, onde os invernos são terríveis. Por isso, preciso de botas forradas com lã e casacos de couro. Mas tento fazer com que esses itens durem muito tempo. Uso a mesma bota há 15 anos.
ÉPOCA – A senhora considera os animais tão inteligentes quanto nós?
Irene – É muito difícil comparar a inteligência humana com a dos animais. Às vezes, eles processam um tipo de informação como nós, outras vezes de maneira completamente diferente. Alex nunca teria capacidade para ter esta conversa. Mas podia dizer o que queria, aonde queria ir, e de modo muito enfático. Ele até entendia que as palavras são formadas por pedaços de sons e os usava para formar palavras novas. Uma habilidade muito sofisticada. O mais importante é que cada vez mais entendemos do que os animais são capazes.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Esquente seu cão no inverno
Do site da Revista AnaMaria.
Os mascotes sofrem com a queda de temperatura e merecem alguns cuidados para ficarem aquecidos no inverno.
Quando a temperatura cai, os cachorros também sentem as conseqüências. É verdade que eles contam com uma espécie de capa térmica natural: os pêlos. Mas (às vezes) eles não são suficientes para evitar que fiquem doentes. “Nesta época do ano, os cães podem adquirir doenças como a traqueobronquite ou tosse dos canis. Os sintomas são parecidos com os do nosso resfriado: febre, espirros, coriza e tosse”, explica a veterinária Tatiana de Freitas Coscia, do Au Pet Store, em São Paulo.
Por isso, é fundamental verificar se o seu melhor amigo já tomou a vacina contra esse mal. Ela é dada uma vez por ano (não há período específico). E mais: para garantir uma temporada de frio bastante calorosa, vale seguir as dicas da especialista. O seu cachorrinho agradece!
. Deixe a tosa para mais tarde
Os pêlos são uma proteção natural contra o frio. Então, espere o tempo esquentar para tosar o bichinho. “Se houver muita necessidade (olha a ênfase no *muita*, hein gente?), opte por roupinhas para deixá-lo aquecido, principalmente para passear na rua”, afirma. (Mas nada de exageros! Vestir o cachorro só por questões de estética faz mais mal do que bem).
. Nada de multidão
Evite ambientes com muitos cães, como hotéis para cachorro. Em caso de proximidade, eles podem adquirir doenças, como a tosse dos canis. “Esse vírus está no ar”, explica Tatiana de Freitas.
. Passeio programado
Escolha um horário em que a temperatura não esteja muito baixa. O ideal é sair com o seu cãozinho quando estiver sol. “Mas, como no inverno também há dias em que o sol está bem quente, muita atenção com os passeios feitos a partir do meio-dia. O sol muito forte pode queimar as patinhas dos cães”, adverte. (Além de causar hipertermia, o aumento da temperatura do corpo).
. Conforto garantido
Não é preciso colocar o cão para dormir na cama com você. Mas ele merece um cantinho gostoso. Se ele dorme em piso frio, forre o lugar com tecido e cubra-o com uma manta. “Não se esqueça de manter as janelas fechadas. As correntes de ar são prejudiciais à saúde dele”, diz.
. Banho sob medida
Se estiver muito frio, diminua a freqüência de banhos. Em vez de semanal, pode ser quinzenal. (Para compensar, aumente a quantidade de escovações do pêlo). E muita atenção aos cuidados pós-banho. “É preciso certificar-se de que o lugar escolhido tenha água quente e seja fechado. Outra dica é não sair logo em seguida. Isso evitará um choque térmico”, resume.
. Uma boquinha a mais
Se o seu cão não pára um segundo (atenção, *só* se ele não pára um segundo *mesmo*), você pode aumentar a porção de ração em 20 ou 30% nesta época. (Atenção, atenção, atenção!!! Não usem isso como desculpa para liberar geral!!!). “O consumo de alimento aumenta o nível energético. Mas o ideal é manter uma alimentação saudável. Então, aposte nas rações de ótima qualidade, que têm alto teor de vitaminas. Frutas e legumes também são bem-vindos. Já para os cães obesos, nada de aumentar a comida (nem para os gordinhos tampouco). Eles já possuem uma camada de proteção extra”, enfatiza.
No inverno, os cães ficam mais expostos a problemas de saúde, por isso a necessidade de atenção
Os mascotes sofrem com a queda de temperatura e merecem alguns cuidados para ficarem aquecidos no inverno.
Quando a temperatura cai, os cachorros também sentem as conseqüências. É verdade que eles contam com uma espécie de capa térmica natural: os pêlos. Mas (às vezes) eles não são suficientes para evitar que fiquem doentes. “Nesta época do ano, os cães podem adquirir doenças como a traqueobronquite ou tosse dos canis. Os sintomas são parecidos com os do nosso resfriado: febre, espirros, coriza e tosse”, explica a veterinária Tatiana de Freitas Coscia, do Au Pet Store, em São Paulo.
Por isso, é fundamental verificar se o seu melhor amigo já tomou a vacina contra esse mal. Ela é dada uma vez por ano (não há período específico). E mais: para garantir uma temporada de frio bastante calorosa, vale seguir as dicas da especialista. O seu cachorrinho agradece!
. Deixe a tosa para mais tarde
Os pêlos são uma proteção natural contra o frio. Então, espere o tempo esquentar para tosar o bichinho. “Se houver muita necessidade (olha a ênfase no *muita*, hein gente?), opte por roupinhas para deixá-lo aquecido, principalmente para passear na rua”, afirma. (Mas nada de exageros! Vestir o cachorro só por questões de estética faz mais mal do que bem).
. Nada de multidão
Evite ambientes com muitos cães, como hotéis para cachorro. Em caso de proximidade, eles podem adquirir doenças, como a tosse dos canis. “Esse vírus está no ar”, explica Tatiana de Freitas.
. Passeio programado
Escolha um horário em que a temperatura não esteja muito baixa. O ideal é sair com o seu cãozinho quando estiver sol. “Mas, como no inverno também há dias em que o sol está bem quente, muita atenção com os passeios feitos a partir do meio-dia. O sol muito forte pode queimar as patinhas dos cães”, adverte. (Além de causar hipertermia, o aumento da temperatura do corpo).
. Conforto garantido
Não é preciso colocar o cão para dormir na cama com você. Mas ele merece um cantinho gostoso. Se ele dorme em piso frio, forre o lugar com tecido e cubra-o com uma manta. “Não se esqueça de manter as janelas fechadas. As correntes de ar são prejudiciais à saúde dele”, diz.
. Banho sob medida
Se estiver muito frio, diminua a freqüência de banhos. Em vez de semanal, pode ser quinzenal. (Para compensar, aumente a quantidade de escovações do pêlo). E muita atenção aos cuidados pós-banho. “É preciso certificar-se de que o lugar escolhido tenha água quente e seja fechado. Outra dica é não sair logo em seguida. Isso evitará um choque térmico”, resume.
. Uma boquinha a mais
Se o seu cão não pára um segundo (atenção, *só* se ele não pára um segundo *mesmo*), você pode aumentar a porção de ração em 20 ou 30% nesta época. (Atenção, atenção, atenção!!! Não usem isso como desculpa para liberar geral!!!). “O consumo de alimento aumenta o nível energético. Mas o ideal é manter uma alimentação saudável. Então, aposte nas rações de ótima qualidade, que têm alto teor de vitaminas. Frutas e legumes também são bem-vindos. Já para os cães obesos, nada de aumentar a comida (nem para os gordinhos tampouco). Eles já possuem uma camada de proteção extra”, enfatiza.
No inverno, os cães ficam mais expostos a problemas de saúde, por isso a necessidade de atenção
Seu amigão sem "cheiro de cachorro"
Do site da Revista AnaMaria.
Dicas simples que garantem a saúde e o bem-estar do seu cachorrinho. Ele merece!
Ter a companhia de um animal de estimação é mesmo uma delícia. Fiéis e companheiros, eles não poupam alegria para nos receber, brincar e oferecer carinho. Mas, para fazer tudo isso, precisam estar saudáveis e limpinhos. Por isso, AnaMaria conversou com a veterinária Ivana Carvalho, de São Paulo, e selecionou 7 cuidados muito simples que você deve ter com seu amigo, para livrá-lo de pequenos desconfortos e até de grandes encrencas. Confira:
1. LIMPE BEM AS ORELHAS
Para prevenir a otite – uma inflamação no canal auditivo –, você deve remover os pêlos do ouvido pelo menos uma vez por mês. Além disso, deve fazer a limpeza do excesso de cera semanalmente (pelo menos), com soluções vendidas em pet shops (ou com um algodão embebido em óleo para limpar bebês), e colocar um protetor auricular ou uma bolinha de algodão bem firme na hora do banho.
2. MANTENHA O BUMBUM CHEIROSO
As fezes que ficam grudadas na região do rabo podem disseminar verminoses, doenças de pele, pulgas, carrapatos e podem causar até anemia. Capriche na limpeza dessa região e faça a tosa higiênica uma vez por mês para diminuir os pêlos do bumbum e da barriga. (E nada de espremer a glândula anal, a não ser por orientação do veterinário, pois isso fará com que seja produzido mais líquido ainda. A secreção dessa glândula serve para lubrificar a passagem das fezes e, num cão saudável, ela é esvaziada naturalmente durante o ato de defecar).
3. FIQUE DE OLHO NO PET SHOP
. Na tosa, a tesoura e a lâmina devem estar limpas e em bom estado.
. A escova não deve ter pêlo nenhum. Fungos escondidos ali causam micoses.
. A temperatura do secador deve ser morna. Fria pode causar gripe e quente, queimadura.
. O secador não deve apontar para os olhos do bicho. O vento forte pode causar o ressecamento da córnea. Além disso, o secador deve ficar a 30 cm de distância.
4. CORTE AS UNHAS DAS PATINHAS
Se tem habilidade, pode bancar a manicure. (Se não tem, é melhor deixar a cargo da pet shop, pois as unhas dos cães são vascularizadas e, se cortadas no lugar errado, sangram bastante e causam muita dor). Para isso, é preciso ter alicate canino e gel hemostático (encontrado em pet shops). Caso sangre, passe o gel na hora. Tome cuidado com cortes muito rentes. Se não sentir segurança, peça a um especialista.
5. ALIMENTE-O COM RAÇÃO E LAVE BEM A TIGELA
Hoje em dia, as rações estão cada vez mais elaboradas e nutritivas. Por isso, você pode confiar! (Prefira as rações de melhor qualidade, do tipo premium ou super premium). Depois da refeição, lave e seque bem o pratinho. A umidade é um prato cheio para fungos e bactérias, que causam uma dor de barriga infernal.
6. DEIXE A CASINHA EM ORDEM
Além de acabar com odores desagradáveis, caprichar na limpeza da casinha do seu amigão evita pulgas. A sugestão é lavar a casinha semanalmente com água e sabão.
7. MANDE-O JÁ PARA O BANHO
Cada bicho tem a sua necessidade. Aqueles que vivem em apartamento não se sujam tanto quanto os que ficam no quintal. Em geral, a média é lavá-los com intervalos de sete a quinze dias. (Não antes do que isso, pois o excesso de banhos é prejudicial para os cães).
Seu bichinho precisa de carinho e atenção com sua higiene
Dicas simples que garantem a saúde e o bem-estar do seu cachorrinho. Ele merece!
Ter a companhia de um animal de estimação é mesmo uma delícia. Fiéis e companheiros, eles não poupam alegria para nos receber, brincar e oferecer carinho. Mas, para fazer tudo isso, precisam estar saudáveis e limpinhos. Por isso, AnaMaria conversou com a veterinária Ivana Carvalho, de São Paulo, e selecionou 7 cuidados muito simples que você deve ter com seu amigo, para livrá-lo de pequenos desconfortos e até de grandes encrencas. Confira:
1. LIMPE BEM AS ORELHAS
Para prevenir a otite – uma inflamação no canal auditivo –, você deve remover os pêlos do ouvido pelo menos uma vez por mês. Além disso, deve fazer a limpeza do excesso de cera semanalmente (pelo menos), com soluções vendidas em pet shops (ou com um algodão embebido em óleo para limpar bebês), e colocar um protetor auricular ou uma bolinha de algodão bem firme na hora do banho.
2. MANTENHA O BUMBUM CHEIROSO
As fezes que ficam grudadas na região do rabo podem disseminar verminoses, doenças de pele, pulgas, carrapatos e podem causar até anemia. Capriche na limpeza dessa região e faça a tosa higiênica uma vez por mês para diminuir os pêlos do bumbum e da barriga. (E nada de espremer a glândula anal, a não ser por orientação do veterinário, pois isso fará com que seja produzido mais líquido ainda. A secreção dessa glândula serve para lubrificar a passagem das fezes e, num cão saudável, ela é esvaziada naturalmente durante o ato de defecar).
3. FIQUE DE OLHO NO PET SHOP
. Na tosa, a tesoura e a lâmina devem estar limpas e em bom estado.
. A escova não deve ter pêlo nenhum. Fungos escondidos ali causam micoses.
. A temperatura do secador deve ser morna. Fria pode causar gripe e quente, queimadura.
. O secador não deve apontar para os olhos do bicho. O vento forte pode causar o ressecamento da córnea. Além disso, o secador deve ficar a 30 cm de distância.
4. CORTE AS UNHAS DAS PATINHAS
Se tem habilidade, pode bancar a manicure. (Se não tem, é melhor deixar a cargo da pet shop, pois as unhas dos cães são vascularizadas e, se cortadas no lugar errado, sangram bastante e causam muita dor). Para isso, é preciso ter alicate canino e gel hemostático (encontrado em pet shops). Caso sangre, passe o gel na hora. Tome cuidado com cortes muito rentes. Se não sentir segurança, peça a um especialista.
5. ALIMENTE-O COM RAÇÃO E LAVE BEM A TIGELA
Hoje em dia, as rações estão cada vez mais elaboradas e nutritivas. Por isso, você pode confiar! (Prefira as rações de melhor qualidade, do tipo premium ou super premium). Depois da refeição, lave e seque bem o pratinho. A umidade é um prato cheio para fungos e bactérias, que causam uma dor de barriga infernal.
6. DEIXE A CASINHA EM ORDEM
Além de acabar com odores desagradáveis, caprichar na limpeza da casinha do seu amigão evita pulgas. A sugestão é lavar a casinha semanalmente com água e sabão.
7. MANDE-O JÁ PARA O BANHO
Cada bicho tem a sua necessidade. Aqueles que vivem em apartamento não se sujam tanto quanto os que ficam no quintal. Em geral, a média é lavá-los com intervalos de sete a quinze dias. (Não antes do que isso, pois o excesso de banhos é prejudicial para os cães).
Seu bichinho precisa de carinho e atenção com sua higiene
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